Trump assina tarifas globais e Brasil é o país mais afetado

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (31) um novo pacote tarifário que impõe taxas de 10% a 41% sobre importações de dezenas de países. As tarifas entram em vigor em sete dias e fazem parte da escalada protecionista do governo norte-americano. O Brasil, listado inicialmente com uma tarifa de 10%, foi alvo de um segundo decreto na quarta-feira (30), elevando a sobretaxa para 50%, a maior entre todas as nações atingidas.

Com a medida, os produtos brasileiros enfrentam um novo patamar de barreira no maior mercado do mundo, apesar de o país ter garantido isenção para cerca de 700 itens da pauta exportadora. Ainda assim, o impacto sobre a indústria brasileira é considerado significativo, sobretudo em um momento de desaceleração do setor.

Alvo principal

A ofensiva tarifária atinge países como Síria (41%), Suíça (39%), África do Sul (30%), Venezuela (15%) e Lesoto (15%), entre outros. No entanto, o Brasil foi o único a receber uma tarifa combinada de 50% sobre parte de seus produtos exportados, aprofundando a tensão comercial com Washington.

A nova rodada de sobretaxas amplia a instabilidade no comércio exterior brasileiro e afeta diretamente setores como metalurgia, agroindústria e bens manufaturados, justamente os mais sensíveis às flutuações tarifárias.

Efeitos para o Brasil

Embora tenha sido preservada uma lista com cerca de 700 produtos isentos das novas tarifas, a medida deve comprometer a competitividade da indústria nacional no mercado americano, especialmente em segmentos de maior valor agregado.

O governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a resposta ao aumento das tarifas, mas fontes da diplomacia já indicam a possibilidade de contestação nas instâncias multilaterais da Organização Mundial do Comércio (OMC).

A escalada protecionista de Trump ocorre em meio a seu projeto de reindustrialização dos Estados Unidos e busca por apoio político no cenário eleitoral de 2026, com foco em medidas nacionalistas e de defesa da produção interna. A tensão com o Brasil, principal parceiro comercial da América Latina, coloca em risco não apenas a pauta de exportações, mas também projetos de cooperação entre os dois países.

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