
A corrida global por data centers, acelerada pela explosão da inteligência artificial, abriu uma janela estratégica para o Brasil e o Chile — e o Ceará aparece como peça-chave nesse tabuleiro, segundo relatório do BTG Pactual.
O que o estudo mostra
Nos Estados Unidos, a demanda por data centers deve crescer de 31 GW em 2024 para 83 GW em 2030, consumindo quase 12% de toda a energia do país. O gargalo pressiona investidores a buscar alternativas, e a América do Sul entrou no radar.
O BTG identificou quatro pilares essenciais para atrair data centers:
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Energia estável e barata
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Conectividade robusta
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Capacidade de resfriamento
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Marco regulatório favorável e soberania de dados
O Ceará no mapa
O Brasil reúne vantagens energéticas — especialmente no Nordeste — e conectividade de ponta. O Ceará concentra 90% do tráfego internacional de dados do País, tem 16 cabos submarinos e já soma 12 data centers. Na visão do BTG, o Estado pode ser um hub natural para hospedar parte da infraestrutura que hoje sufoca os EUA.
Os ajustes necessários
O estudo recomenda:
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Eliminar restrições que desperdiçam energia renovável no Nordeste
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Isentar impostos para importação de equipamentos
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Construir uma regulação clara sobre uso e proteção de dados
O relatório critica a MP 1.307, que atrela incentivos fiscais às ZPEs, por favorecer regiões específicas em vez de liberar o potencial nacional.
Quem pode se beneficiar
No Brasil, o BTG cita Eletrobras, Auren, Copel, Engie, Cemig, Equatorial, CPFL e Neoenergia como players com mais chances de capturar valor nesse movimento.
Vá mais fundo
O estudo é direto: se o Brasil souber atacar suas ineficiências, pode se tornar um “paraíso para data centers.” E, nesse cenário, o Ceará desponta como protagonista — o ponto de entrada da nova economia digital da América do Sul.