
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu o domingo (28) em Brasília com uma caminhada de 3 km para celebrar os 95 anos do Ministério da Educação (MEC). O evento, que também teve percursos de 5 km e 10 km, virou um gesto político: Lula vestiu camiseta vermelha do MEC, boné com o slogan “O Brasil é dos brasileiros”, caminhou ao lado da primeira-dama Janja e de ministros e falou de soberania nacional dias após discursar na ONU e trocar rápidas palavras com Donald Trump.
“Não tem motociata, não tem pornochanchada, tem caminhada. Caminhada de educadores”, provocou Lula, em recado direto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“É através da educação, da creche à universidade, da alfabetização ao curso de engenharia que a gente vai tornar o Brasil soberano pra nunca mais ninguém dar palpite sobre o Brasil”, reforçou.
Camilo no centro
Ao lado de Lula do início ao fim, Camilo Santana (PT-CE) foi o destaque. O ex-governador do Ceará, estado referência em alfabetização e ensino médio, o ministro da Educação acabou estampando as capas dos principais sites do país. O gesto não é acidental: Camilo consolida-se como um dos ministros mais fortes do governo, com imagem técnica, popular em sua origem e capacidade de articulação — atributos que Lula gosta de nacionalizar.
Palco de pesos-pesados
O ato reuniu ministros estratégicos — Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia), Alexandre Padilha (Saúde) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) — além do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do presidente do PT, Edinho Silva. O Planalto quis mostrar coesão e transformar um aniversário burocrático em vitrine de poder.
Por que importa
-
Lula usou o MEC para marcar posição sobre soberania em meio a tensões com os EUA e críticas ao governo Trump pela interferência no caso Bolsonaro.
- O ato também serviu para mostrar a boa condição física do presidente, criando vacinas contra a usual percepção de que Lula está com idade avançada demais para exercer novo mandato presidencial.
-
Camilo Santana emergiu como rosto da agenda educacional e figura com peso político crescente dentro do PT.
-
O Ceará, referência em políticas públicas de educação, volta a ser vitrine nacional e ativo de prestígio para Lula.