O que aconteceu: O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o bloqueio do acesso ao X (antigo Twitter) no Brasil, como medida para combater desinformação e conteúdos nocivos durante o período eleitoral.
Por que importa: A decisão trouxe à tona um debate intenso sobre o equilíbrio entre combater a desinformação e proteger a liberdade de expressão.
Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, empresa de dados com atuação em diversos países, destaca que o uso do X é fundamental para o trabalho de análise de dados eleitorais e políticos. A AtlasIntel realizou pesquisas para o Focus Poder nas eleições de 2022 no Ceará e continua colaborando nas eleições de Fortaleza. Roman questiona a razoabilidade da medida, sugerindo que, para muitos profissionais, a alternativa seria mudar para o exterior para manter sua produtividade.
Fernando Schüler, filósofo e cientista político, também critica a decisão, apontando que, enquanto o direito à liberdade de expressão pode ter limites, o poder do Estado para restringi-lo também deve ser limitado e bem fundamentado. Ele destaca que restrições arbitrárias sem amparo legal configuram abuso de poder.
Os argumentos misturados:
– Roman enfatiza a falta de lógica na decisão: “As empresas X e Starlink não compartilham os mesmos acionistas; bloquear o X com base nas ações de outra empresa seria tão absurdo quanto bloquear as contas da Ambev por fraudes das Americanas.”
– Schüler reforça a necessidade de que qualquer ação estatal siga a legalidade e o bom senso, evitando o excesso de poder sem base jurídica.
O que vem a seguir: A decisão de Moraes pode enfrentar questionamentos legais e resistência pública. A regulamentação das plataformas digitais no Brasil precisa garantir um equilíbrio adequado, protegendo contra abusos e preservando as liberdades individuais.
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