O fato: A economia brasileira iniciou 2025 em alta. Segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) avançou 1,3% no primeiro trimestre em comparação aos três meses anteriores, já descontados os efeitos sazonais. É um sinal claro de que a atividade segue em ritmo consistente, apesar do cenário de juros elevados.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o crescimento foi de 3,7%. Considerando apenas o mês de março, o índice teve alta de 0,8% em relação a fevereiro e subiu 3,5% frente a março do ano passado.
Com esses resultados, o IBC-Br acumula alta de 3,7% no ano e 4,2% nos últimos 12 meses, consolidando uma trajetória de retomada sustentada da economia nacional.
PIB em expansão: Embora o IBC-Br não seja uma prévia oficial do Produto Interno Bruto (PIB), ele serve de termômetro importante para as decisões de política monetária do Banco Central. A expectativa do mercado, segundo o Boletim Focus, é que o PIB cresça 2,02% em 2025, após uma expansão robusta de 3,4% em 2024 — o quarto ano consecutivo de crescimento da atividade econômica.
Inflação desacelera, mas ainda preocupa: A inflação, por sua vez, mostra sinais de desaceleração. Em abril, o IPCA subiu 0,43%, pressionado por alimentos e medicamentos, mas ficou abaixo dos 0,56% registrados em março e bem distante do pico de 1,31% em fevereiro. No acumulado de 12 meses, o índice está em 5,53%.
Apesar da trégua recente, a inflação segue acima do teto da meta estipulada para 2025 (4,5%), o que mantém o Banco Central em alerta.
Selic elevada e incertezas à frente: Com o objetivo de conter as pressões inflacionárias, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic para 14,75% ao ano na última reunião — a sexta alta consecutiva. O comunicado divulgado pelo Copom destacou o ambiente de incerteza e sinalizou prudência nas próximas decisões, sem antecipar novos ajustes.
A Selic elevada encarece o crédito e desacelera a demanda, ajudando no controle da inflação, mas também impõe obstáculos ao crescimento econômico. O desafio do BC, nos próximos meses, será equilibrar a necessidade de conter os preços sem sufocar o avanço da atividade.
Expectativas no radar: Com a economia respondendo positivamente no início do ano, o governo e o mercado monitoram com atenção os próximos passos da política monetária. A combinação entre uma inflação em processo de desaceleração e um crescimento econômico acima do esperado coloca pressão sobre o Banco Central para reavaliar o atual nível da taxa de juros, especialmente se os próximos indicadores confirmarem essa tendência.