O que você precisa saber:
Em depoimento ao Senado, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, afirmou que os apostadores brasileiros movimentam entre R$ 20 bilhões e R$ 30 bilhões por mês nas plataformas de apostas esportivas. Os bancos, por sua vez, já tratam esse grupo como de alto risco de inadimplência — e cobram juros mais altos em empréstimos.
O pano de fundo:
• Os dados mais precisos vieram após a regulamentação das bets em janeiro.
• O Banco Central acompanha o fluxo por meio de contas bancárias registradas com CNAE específico.
• Quase todo o valor movimentado volta aos apostadores como prêmios, mas os percentuais divergem entre o BC (85%) e o Ministério da Fazenda (93-94%).
Sem poder de ação:
• O BC não pode fiscalizar nem aplicar sanções às bets ilegais.
• Só age quando é notificado pela Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA).
• Também não pode bloquear o Pix de beneficiários do Bolsa Família que apostam, nem das casas que recebem os recursos.
Alerta ao sistema financeiro:
Galípolo revelou que apostadores têm risco de crédito superior e que isso já foi precificado pelos bancos.
As instituições estão ajustando taxas para se protegerem de calotes.
Apesar disso, o BC reforça que sua atuação se limita à prevenção à lavagem de dinheiro e ao compartilhamento de dados suspeitos com o Coaf e o Ministério Público.
Vá mais fundo:
Instalada em novembro, a CPI das Bets apura o impacto das apostas online no orçamento das famílias e possíveis ligações com o crime organizado.
A relatora, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), quer avançar sobre o uso de benefícios sociais nas plataformas.
A frase:
“Não posso nem deixar minhas prerrogativas serem invadidas nem invadir as prerrogativas de outros entes.” — Gabriel Galípolo, presidente do BC.







