
O que aconteceu:
A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (26) um projeto de lei que autoriza o Banco do Nordeste (BNB) a criar subsidiárias, incluindo a possibilidade de estabelecer uma distribuidora de títulos e valores mobiliários (DTVM). O texto segue agora para análise no Senado.
Por que importa:
A proposta abre caminho para o BNB ampliar sua atuação, permitindo, por exemplo, a gestão de carteiras de valores e a distribuição de cotas de fundos de investimento, o que pode fortalecer a presença do banco em setores estratégicos. A justificativa oficial é que a mudança traria mais agilidade regulatória e melhor governança.
O pano de fundo:
A aprovação ocorreu em meio a resistência da oposição, que tentou adiar a votação com o chamado “kit obstrução” — conjunto de requerimentos para atrasar a pauta. Críticos apontaram risco de aumento de casos de corrupção em estatais com a criação de subsidiárias. Governistas rejeitaram a tese.
O que diz o BNB:
O banco informou que ainda não há estimativa de custos para viabilizar a nova estrutura. Esse cálculo será feito somente após a eventual aprovação final do projeto.
O que diz o governo:
Em nota conjunta, os ministérios da Fazenda e da Gestão e Inovação disseram que as propostas não terão impacto para o Tesouro Nacional e reforçaram que a iniciativa partiu dos próprios bancos.
Vá mais fundo:
A aprovação desse projeto reflete um movimento mais amplo do governo para fortalecer o papel dos bancos públicos no financiamento de setores específicos da economia, especialmente no Nordeste. A criação de subsidiárias, como a DTVM, pode significar novas fontes de receita para o BNB e aumentar sua relevância no mercado financeiro, mas também levanta debates sobre riscos de governança e controle em estatais.
Próximos passos:
O texto segue para o Senado, onde a tramitação pode ser acelerada ou enfrentar nova resistência. A expectativa é que, se aprovado, o projeto viabilize a criação de pelo menos uma DTVM ainda em 2025, após estudos de viabilidade econômica e operacional.