
O fato:
O governador do Ceará, Elmano de Freitas, anunciou que está em execução um sistema de tratamento de água de reúso para abastecer data centers que se instalarem no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, na região metropolitana de Fortaleza.
Desafios:
Data centers são grandes consumidores de água, usada para resfriar equipamentos, e de energia elétrica. O uso de água preocupa em estados como o Ceará, marcado por históricos de seca.
Promessa:
- Estação de tratamento vai reutilizar água de esgoto para a indústria.
- Empresas em negociação para o estado já utilizam tecnologia com sistemas fechados, que reduzem a demanda hídrica.
Os números:
- Em 2024, o Brasil tinha 189 data centers em operação.
- Juntos, consumiram 11,3 TWh de energia — 1,7% da produção nacional, equivalente ao gasto anual de Fortaleza e Salvador somadas.
- Projeção da Brasscom: até 2029, consumo pode chegar a 3,6% da energia nacional.
O contexto cearense:
- Em maio, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) autorizou dois projetos de data center no Pecém.
- Um deles depende da ampliação da rede de transmissão de energia.
- O ONS alertou que a nova carga representa impacto significativo no sistema elétrico do Nordeste.
O incentivo federal:
- Na semana passada, o presidente Lula assinou a criação do Redata, regime especial que zera IPI, PIS e Cofins para compra de equipamentos de data centers.
- A medida implica renúncia fiscal de R$ 7,5 bilhões em três anos.
- Para o vice-presidente Geraldo Alckmin, a política fortalece a soberania digital, a produtividade e a inteligência artificial.
Por que importa:
O Ceará reúne vantagens estratégicas para atrair o setor: cabos submarinos, abundância de energia renovável e a estrutura logística do Porto do Pecém. Com a promessa de água de reúso e incentivo tributário federal, o estado se posiciona para disputar protagonismo no mapa tecnológico do país.