O que aconteceu:
Mesmo após ser chamado de “cúmplice da tragédia no Ceará” pelo próprio irmão, o senador Cid Gomes divulgou nota em que afirma que Ciro Gomes “reúne todas as condições” para disputar a Presidência da República em 2026.
Por que importa:
A reaproximação — ainda não correspondida — revela que, apesar da cisão política entre os irmãos, o vínculo pessoal pode seguir influente. O gesto ocorre num momento em que Cid se consolida como aliado do governo Lula no Senado, enquanto Ciro segue radicalmente na oposição.
Contexto:
- A ruptura entre os dois se aprofundou em 2024, com a saída de Cid e seu grupo do PDT rumo ao PSB.
- Em 2022, Cid adotou neutralidade na campanha de Roberto Cláudio ao governo do Ceará e esteve ao lado de Lula no segundo turno.
- Lia Gomes, irmã dos dois, ficou ao lado de Cid e hoje integra o governo Elmano (PT) como secretária estadual.
O que Ciro disse:
Em visita recente à Assembleia Legislativa do Ceará, Ciro acusou Cid de ser “conivente” com a situação do Estado e com a aliança com o PT — a quem continua atacando com dureza.
O que observar:
A fala de Cid é ambígua: reforça o prestígio de Ciro como figura nacional, mas também expõe sua tentativa de se reconciliar com o irmão, mesmo após críticas públicas. Fica a dúvida: Ciro aceitará o gesto ou seguirá isolado até 2026?
Vá mais fundo:
A reconciliação pode interessar a ambos: Cid precisa preservar capital político no Ceará, onde os “ciristas” ainda têm base; Ciro, por sua vez, vê seu espaço nacional encolher e pode precisar de alianças para manter viabilidade eleitoral.