A forte queda no valor das ações de algumas empresas listadas na bolsa de valores repercute na famosa lista de bilionários da Forbes. O início de junho marcou a saída da empresária Luiza Trajano, do Magazine Luiza (MFLU3). Ela não está sozinha. Outros três brasileiros deixaram a lista. Entre eles, os irmãos Pinheiro Koren de Lima, Jorge e Cândido, filhos de Cândido Pinheiro, fundador e maior acionista do grupo Hapvida.
Segundo o Infomoney, agora os irmãos possuem fortunas inferiores a US$ 1 bilhão (equivalente a mais de R$ 5 bilhões), que é o piso mínimo para compor a lista. Há pouco mais de um ano, em julho de 2021, a Forbes contabilizou que a fortuna de cada um alcançava 2,1 bilhões de dólares. Portanto, a queda foi de mais de 50% no período.
A perda de fortuna ocorre em meio à perda de valor acumulado das ações do Hapvida que, até a metade de junho, sofreram baixas de 43%. A lista da Forbes trabalha com os dados das empresas listadas no mercado de ações, que obriga a transparência nos resultados.
A retomada do valor da empresa e, portanto, das fortunas de seus sócios, depende do desempenho no mercado acionário. Outro que saiu da lista dos bilionários foi o empresário Rubens Menin deixou o rol de bilionários
A seguir, veja a análise feita pelo Infomoney acerca do grupo cearense.
Hapvida: expectativas mais positivas com sinergias
A Hapvida também sofre uma queda expressiva de suas ações. Conforme destacou a XP em análise do balanço do primeiro trimestre da empresa, o crescimento orgânico ainda é problema.
A sinistralidade em nível elevado também contribuiu para os dados negativos no período, “ainda pressionada pelos custos relacionados à Covid-19, a aquisições e ao reajuste negativo de preços dos planos individuais”.
Priscila Araújo, da Macro Capital, destacou no evento Super Clássicos da Bolsa 2022 que a Hapvida apresentou tickets baixos, influenciados pelos reajustes de planos da ANS e que impactaram fortemente a empresa até o primeiro trimestre de 2022, o aumento de custos e as sinergias da fusão com o GNDI anunciadas pela companhia.
Para Rafael Barros, analista do setor de saúde do XP, “a fusão com o GNDI deve criar sinergias consideráveis”, o que reforça a recomendação de compra para as ações da empresa.
Em relatório desta semana, o Itaú BBA reforçou visão positiva para a ação, com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para o papel HAPV3, ainda que reduzindo o preço-alvo de R$ 17 para R$ 10.
Embora os analistas do banco reconheçam que a dinâmicas de curto prazo provavelmente permanecerão desafiadoras, ainda destacam confiança com as perspectivas de longo prazo para a Hapvida, pois acreditam que será o player com melhor capacidade de controlar custos médicos assim que a inflação voltar aos níveis normais.
“Olhando para além do atual cenário turbulento (mas temporário) de aumento dos custos unitários na saúde, acreditamos que a tese de o Hapvida ter o modelo vencedor no setor de saúde brasileiro ainda é válida”, aponta o BBA.