
Por que isso importa: Estamos acostumados à gratificação instantânea em nosso entretenimento e interação humana, mas ainda temos que esperar por nossas coisas, a menos que estejamos dispostos a lidar com o fardo de levantar do sofá e pegá-las nós mesmos.
- Isso está mudando.
Impulsionando as notícias: No mês passado, a Disney revelou uma parceria com o serviço de entrega Gopuff, que oferece minilojas personalizadas vinculadas às suas propriedades.
- Um código QR na tela leva os espectadores até a vitrine, permitindo que eles comprem itens selecionados em 30 segundos para entrega em até 15 minutos, dependendo da localização.
Ampliar: 25 anos atrás, o sonho do comércio na TV e na Internet era comprar com um clique — apertar um botão no controle remoto e comprar automaticamente o que você via na tela para entrega imediata.
- Havia até uma abreviação na indústria para o objetivo tecnológico e comercial: “o suéter da Rachel”, ou seja, poder clicar e comprar imediatamente as roupas que a personagem de Jennifer Aniston usou no então sucesso “Friends”.
- A sociedade ainda não alcançou esse sonho, mas está mais perto.
O que eles estão dizendo: “Posso passar de ver um anúncio para tê-lo em mãos em literalmente 15, 20 minutos”, disse o coCEO da Gopuff, Yakir Gola, à Axios.
- As centenas de “microcentros de distribuição” da empresa cobrem a maioria das principais cidades dos EUA.
- Eles são posicionados como uma fonte de “itens essenciais do dia a dia”, diz Gola; os principais produtos incluem ovos, água e papel-toalha.
Sim, mas: As marcas também estão começando a impulsionar a demanda, seja na forma do acordo com a Disney ou em acordos de marca branca, onde a Gopuff cuida do processamento final.
- A Starbucks até testou um programa — que depois foi expandido de forma mais ampla — em que os baristas treinados preparam bebidas dentro dos centros de distribuição da Gopuff para entrega rápida.
A intriga: Vários varejistas estão testando programas com drones e robôs de entrega, com o objetivo de levar os produtos da loja até a porta mais rapidamente.
- Gola, da Gopuff, diz que a empresa seguiu um caminho diferente, com desenvolvimento interno de software e ferramentas de IA para otimizar a forma como as entregas são agrupadas e despachadas.
- Outros têm a mesma ideia. O Walmart — o maior varejista do mundo — afirma que também está usando planos de IA para acelerar os prazos de entrega e planeja levar a entrega em 3 horas para 95% dos domicílios nos EUA até o final de 2025.
Conclusão: estamos nos aproximando de uma era em que é mais rápido as pessoas levarem as coisas até você do que você mesmo ir buscá-las.
A reportagem foi originalmente publicada pelo site axios.com e assinada por Ben Berkowitz
E no Brasil?
Aqui, o cenário é outro. O varejo enfrenta gargalos logísticos crônicos: ruas sem CEP, trânsito caótico, insegurança urbana, mão de obra informal, centros urbanos inchados e interior mal atendido.
Mesmo assim, empresas como iFood, Magalu, Mercado Livre e Amazon tentam adaptar o modelo — com hubs locais, dark stores e entregas no mesmo dia em áreas limitadas.
O debate estrutural
O Brasil discute reforma tributária, mas ignora a urgência logística. Entregar rápido custa caro em um país continental, com infraestrutura desigual e burocracia alfandegária. O sonho do “insta-commerce” esbarra em uma realidade onde nem o básico — como o asfalto — está pronto.
A disputa invisível
Enquanto gigantes americanos disputam quem entrega mais rápido, o Brasil se divide entre os que esperam três dias úteis por um pacote e os que ainda nem compram online. A logística virou nova fronteira da desigualdade digital.