Comércio terá novas regras a partir de julho: portaria exige negociação sindical e proíbe feiras livres

COMPARTILHE A NOTÍCIA

O fato: A partir de 1º de julho, entra em vigor uma nova regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que altera as regras para o funcionamento do comércio aos domingos e feriados em todo o país. A Portaria nº 3.665/2023 estabelece que a liberação para o trabalho nesses dias dependerá de previsão expressa em Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) — acordo firmado entre empregadores e sindicatos da categoria.

Detalhes: A norma revoga a possibilidade de acordos individuais entre patrões e empregados, que vinham sendo utilizados com base na legislação anterior. Com a mudança, a atuação do sindicato passa a ser obrigatória, o que representa um reposicionamento do governo federal em favor da mediação coletiva nas relações de trabalho.

Outro ponto sensível da portaria é a proibição da atuação de feiras livres aos domingos e feriados. Embora a regra geral permita o funcionamento do comércio mediante acordo sindical, a exceção imposta às feiras retira qualquer possibilidade de negociação para esses estabelecimentos, impactando diretamente trabalhadores informais e pequenos comerciantes.

Além da exigência da CCT, os empregadores deverão, a partir de agora, observar a legislação municipal sobre o funcionamento em dias não úteis. Essa determinação não estava presente na norma anterior e poderá resultar em restrições adicionais, conforme o entendimento de cada prefeitura.

Resistência: A medida enfrentou forte resistência ao longo de 2023. Representantes do setor varejista e parlamentares ligados ao comércio argumentaram que a portaria representa um retrocesso, aumenta a burocracia e prejudica a liberdade de negociação entre empresas e trabalhadores. A pressão levou o governo a adiar a implementação da norma por diversas vezes no ano passado.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Guararapes, Cocó e De Lourdes têm a maior renda média de Fortaleza. Genibaú, a menor

Moraes manda Bolsonaro para prisão domiciliar após vídeo em ato com bandeiras dos EUA

Paul Krugman: Delírios de grandeza (de Trump) vão por água abaixo

Pesquisa AtlasIntel: Crise com Trump impulsiona Lula e desidrata Bolsonaro

Torcida brasileira pode ficar fora da Copa de 2026 nos EUA

Exclusivo: placas de aço produzidas no Pecém fora da lista de exceções de Trump

Reagan vs. Trump: Quando a direita acreditava no mercado, não na ameaça

Levitsky: Trump usa tarifas como arma pessoal e ameaça global à democracia

GLP-1 no Brasil: promessa de milagre, preço de privilégio

O Pix da histeria à omissão: por que a direita gritou contra o governo e calou diante dos EUA

Ciro Gomes caminha para filiação ao PSDB após almoço com cúpula tucana, em Brasília

AtlasIntel: 62% dizem que tarifa de Trump contra o Brasil é injustificada; 41% veem punição por Brics

MAIS LIDAS DO DIA

TST culpa escola por depressão de professor acusado por pai de aluno

O oito de janeiro parlamentar

Disputa entre Ceará e Pernambuco derruba comando da Sudene e escancara guerra por trilhos e poder no Nordeste

Chegando ao destino. Por Angela Barros Leal

Petrobras lucra R$ 26,7 bilhões no 2º trimestre de 2025 e acelera investimentos no pré-sal

Sebrae fortalece economia e tradição dos municípios com o Vende Mais Mercado

Na “casa da justiça”: Desembargador agressor de ex-companheira é “punido” com aposentadoria

Saques superam depósitos na poupança em R$ 6,25 bilhões em julho, aponta Banco Central

Bolsonaro afirma que oposição já reuniu 41 assinaturas por impeachment de Alexandre de Moraes