Alckmin na cabeça?
PT articula chapa com vice-presidente em SP para frear Tarcísio e proteger projeto nacional de Lula — mas esbarra no próprio PSB. A questão foi levantada em reportagem do O Globo de hoje. Veja o resumo a seguir.
O que está em jogo:
Com o avanço da pré-campanha de Tarcísio de Freitas à reeleição, petistas articulam nos bastidores a construção de uma chapa encabeçada por Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, com Fernando Haddad como possível nome ao Senado.
A ideia: evitar uma vitória esmagadora da direita no maior colégio eleitoral do país e garantir palanque para Lula em 2026.
Por que importa:
São Paulo representa 22% do eleitorado nacional. Um mau desempenho no estado pode comprometer a imagem de Lula e dificultar sua reeleição.
A avaliação interna é de que, sem um nome forte, Tarcísio pode levar no 1º turno — com mais de 70% dos votos válidos.
O trunfo:
Alckmin, apesar de não ser favorito, carrega três vitórias anteriores ao governo de SP (2002, 2010, 2014) e transmite previsibilidade e estabilidade, dois ativos que o mercado respeita.
“Não há outro nome com esse recall”, resume um petista envolvido nas conversas.
Entre linhas:
Colocar Alckmin na disputa abre espaço para um novo vice em uma eventual chapa de Lula.
O nome mais cotado é o do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB) — o que ajudaria a consolidar a aliança com o centro.
Quem resiste:
O próprio Alckmin. Segundo aliados, ele não cogita concorrer. Está confortável como vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio.
Seu estilo, porém, é jogar parado. Espera a movimentação de Lula. Só ele poderia convencê-lo.
Aspas de peso:
“O que o PT quer é isso (Alckmin como candidato a governador). O que o PSB quer é a manutenção dele na chapa no lugar que ele se encontra hoje. Tem essa pequena diferença”, ironiza Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB.
No PSB:
O movimento petista é visto como “sacrifício político”. Para o partido, o interesse real do PT é manter sua bancada paulista na Câmara.
Outro nome do PSB, Márcio França, tenta se viabilizar como alternativa, mas enfrenta ceticismo até entre petistas.
Haddad entra no radar:
Apesar de negar publicamente qualquer interesse em disputar em 2026, Fernando Haddad é visto como plano B de Lula. Seu nome tem aceitação interna e apoio de setores do partido.
Uma ala aposta que ele não recusaria um pedido direto do presidente.
A direita se arma:
Com Alckmin ou sem, uma vaga ao Senado deve ir para a base bolsonarista. Eduardo Bolsonaro (PL) e Guilherme Derrite (PP) surgem como favoritos.
O PT e o PSB concordam que precisam lançar um nome competitivo — Haddad é o mais forte até agora.
No radar:
Alckmin é o único nome com potencial de repetir a votação de Haddad em 2022 — cerca de 45%.
Lula pode oferecer a ele retorno imediato ao ministério em caso de derrota.
Uma decisão só virá no segundo semestre, e só depois de uma conversa direta entre Lula e Alckmin