O fato: Com pouco mais de 30 dias de operação, o Programa Crédito do Trabalhador, integrado à Carteira de Trabalho Digital, já movimentou R$ 8,9 bilhões em empréstimos para quase 1,6 milhão de brasileiros. A iniciativa, que tem como objetivo democratizar o acesso ao crédito consignado entre assalariados da iniciativa privada, começa a ganhar tração nas faixas de renda que concentram a maioria da força de trabalho formal no país.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (30) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a maior demanda veio de trabalhadores com renda entre dois e quatro salários mínimos, que contrataram R$ 2,7 bilhões. Na sequência, aparecem os que ganham acima de oito salários (R$ 2,5 bilhões), de quatro a oito salários (R$ 1,9 bilhão) e, por fim, os que recebem entre um e dois salários mínimos (R$ 1,6 bilhão).
“O consignado está chegando no público inicialmente previsto, que necessitava do crédito”, afirmou o ministro, durante o programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Ele destacou o alcance do programa entre trabalhadores de baixa renda, como empregadas domésticas e operários, citando que o modelo tem funcionado: “Está indo bem, graças a Deus”.
Concorrência e portabilidade: Marinho também anunciou que, a partir de 6 de maio, o programa passará a permitir a portabilidade de empréstimos consignados. A medida deve acirrar a competição entre bancos para reduzir as taxas de juros cobradas dos trabalhadores. A lógica será semelhante a um leilão: instituições financeiras poderão cobrir ofertas umas das outras.
“O trabalhador informa ao banco original que recebeu uma proposta com taxa menor. A instituição pode cobrir ou não. Isso obriga o sistema a se mexer para oferecer melhores condições. O trabalhador tem que estar atento, pois agora ele pode ser protagonista na definição do juro que irá pagar”, ressaltou o ministro.
Integração com e-Social e acesso ampliado: Inicialmente restrito à plataforma do e-Social na carteira digital, o consignado agora também pode ser contratado diretamente nas plataformas dos bancos. Mesmo assim, Marinho orienta os trabalhadores a seguirem consultando o e-Social, onde é possível visualizar ofertas de múltiplas instituições. “Na plataforma do banco, você vê só a oferta de um. No e-Social, você pode comparar.”