
O fato: O ex-comandante da Marinha, brigadeiro Almir Garnier Santos, prestou depoimento à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), confirmando sua participação em reuniões no Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022, nas quais, segundo ele, foram discutidas medidas para “garantia da lei e da ordem”, mas sem apresentação de qualquer documento que configurasse uma minuta de decreto golpista.
Detalhes: A reunião mais controversa ocorreu em 7 de dezembro, data em que, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), o então presidente Jair Bolsonaro teria discutido uma minuta de decreto para intervenção militar com os comandantes das Forças Armadas e o ministro da Defesa. Garnier negou ter recebido qualquer documento em papel ou minuta, afirmando que apenas viu uma apresentação em tela de computador, sem deliberações formais ou decisão para ações militares.
Declaração: “O presidente não abriu a palavra para nós. Ele fez considerações, expressou preocupações, mas não houve deliberações ou intenções claras de ruptura democrática”, declarou o brigadeiro, reafirmando que cumpriu seu papel institucional e não colocou as tropas à disposição de Bolsonaro para qualquer ação que violasse a ordem democrática.
Uma segunda reunião, ocorrida em 14 de dezembro, foi classificada por Garnier como “estranha” e “sem pauta”, encerrando-se rapidamente após um possível desentendimento entre os presentes, sem apresentação de documentos ou discussão ativa.