
O Brasil enfrentou, desde o seu “achamento”, situações graves e insolúveis. “Descoberto” não foi, afinal; países com as suas características não se “descobrem”. São achados ou inventados.
Um país dotado de amplo território, sem um vulcão em erupção ou sossegado, sem tremores de terra ou ocupado por um golfo, não tem futuro no plano da geopolítica.
Não se viu o Trump anexando o golfo do México? Vá se esperar que um país sem um golfo torne-se uma potência mundial respeitada!
Graciliano Ramos, prefeito de Palmeira dos Índios, nas Alagoas, lamentava-se do infortúnio de a “terra dos marechais” não possuir um golfo.
Tivesse o Criador aberto um buraco para um golfo decente, teríamos nos livrado de algumas oligarquias que vingaram pelas Alagoas… Liras, Calheiros, Melos, Góis… e dos Góis Monteiros, que não era um só apenas, eram muitos…
E se fôssemos abrir um golfo no Ceará, onde o localizaríamos? Em que ponto geopolítico mais significativo. No Vale do Cariri, na terra dos Bezerra de Menezes ou dos Santanas emergentes?Quem sabe entre os Ferreira Gomes, no proveito do legado generoso de Dom José?
As nossas oligarquias ganharam tons fortes e modernos. Tornaram -se urbanas, “descolonarizaram-se”. porém, com certo enfado, a evitarem excessos de modernidade. Tudo, afinal, tem os seus limites.
Até a pós-modernidade tem limites de prudência. Não carecemos, os cearenses, de um golfo Mediterrâneo. Se essa construção metafórica for, contudo, inevitável que não seja no Meireles…
