Focus Colloquium: Lúcio Alcântara fala de suas mágoas, dores e sucessos de sua longa trajetória na política

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Foto: Focus Colloquium

Lúcio Alcântara, figura chave na política do Ceará, foi secretário estadual de Saúde em três mandatos, prefeito de Fortaleza, e atuou como deputado federal, senador e, finalmente, governador do Estado de 2002 até 2006.

Em conversa ao Focus Colloquium, conduzida pelo editor Fábio Campos, Lúcio reflete sobre sua trajetória política, incluindo suas mágoas e conquistas. “Minha lealdade foi o que deixei de legado”, disse. 

Confira os principais momentos: 

Deslealdade de Tasso, Ciro e Cid

“É claro que, ao longo de uma vida pública tão longa como a minha, houve momentos felizes e outros menos felizes. Isso é normal e natural. O principal é que não guardo mágoas nem amargura. Se algum desses fatos me causou uma emoção muito forte, eles estão pacificados na minha alma. Convivo com eles tranquilamente, mas não me recuso a mencioná-los. Senti-me injustiçado e vítima de deslealdade que não merecia. Vou mencionar o grupo que me apoiou, mas deixarei de citar alguns nomes específicos. E que fique claro: Nunca teria qualquer objeção. Minha vida pública foi pautada pelos valores que recebi dos meus pais, sendo a lealdade um dos principais. A lealdade foi fundamental para o meu progresso na vida pública. E Tasso, Ciro e Cid não foram leais”.

“No final das contas, Ciro e Tasso promoveram uma ruptura e lançaram Cid Gomes contra mim na disputa pela reeleição. Não formei grupos políticos, não arrecadei dinheiro. A maior prova de lealdade foi ter Luiz Pontes, primo e íntimo da esposa de Tasso, como coordenador político. Quem realmente busca fazer política formando grupos ou abandonando antigos aliados colocaria uma pessoa assim na coordenação política? Foram incorretos comigo. Se Tasso não tivesse me apoiado em 2002, eu nem teria sido candidato. Mas ele não agiu corretamente”.

Trajetória e legado político

“Minha trajetória era minha. Quando Tasso entrou na política, eu já havia sido secretário, prefeito e deputado. Eu já estava lá. Após a eleição, quando o presidente Lula fez uma reunião com governadores em Minas Gerais, eu disse: ‘Presidente, no último dia de propaganda, você foi ao Ceará e fez um comício na Praça do Ferreira, depois foi para Santa Catarina. Derrotou o candidato de lá, mas a mim não derrotou’. Lula riu da observação. Não tenho parentes candidatos, nem intenção de voltar à política. Ainda sou abordado diariamente na rua, e ontem à noite, em um evento, até o motorista de táxi se lembrava do meu slogan, ‘Quem faz, fará’. Ele reconheceu que eu era um homem sério e político, e mencionou o sofrimento que passei em 2006 durante a reeleição”. 

“Vivi em meu apartamento, mantive uma vida austera, e não tinha nenhuma ligação com mordomia. Os números estão aí, não estou especulando. A gestão seguinte se desviou do padrão que Tasso estabeleceu. Alguns duvidavam da minha conduta no poder, pensando que eu seguiria práticas antigas e anacrônicas, mas fui um governador que se saiu muito bem, conforme os economistas e os números mostram”.

Comparação entre os governos

“Não gosto de falar sobre isso porque muitos podem achar que é saudosismo, mas, de fato, as coisas pioraram muito. Quando alguém me procura dizendo que está pensando em entrar na política, eu sempre digo que, se for para fazer isso com vocação e para melhorar a vida das pessoas, é válido. Mas se a intenção for apenas se projetar ou resolver questões para a família, isso é problemático. É uma jornada difícil, mas edificante e que vale a pena. O esforço tem um grande mérito, inclusive pessoal. O nível está muito fraco, até no Senado. A qualidade é de dar pena. O nível caiu bastante. Perguntam onde está o dinheiro e o orçamento, e se o presidente pode cumprir isso, mas não questionam a responsabilidade do Congresso. O Congresso tem mais poder agora e usa mal esse poder, porque não é responsável”.

Confira:

Lúcio enfatiza trajetória política, destaca principal legado e crítica gestão posterior a sua

Lúcio Alcântara lembra “falta de lealdade” de Tasso, Ciro e Cid nas eleições de 2006

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