Governo Lula regulamenta Lei da Reciprocidade e se prepara para reagir à tarifa de Trump

COMPARTILHE A NOTÍCIA

O fato: A edição de um decreto presidencial regulamentando a Lei da Reciprocidade Comercial, publicada nesta terça-feira (15) no Diário Oficial da União, fortalece a capacidade do Brasil de responder a barreiras comerciais unilaterais impostas por outros países. A medida assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva cria o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, órgão encarregado de autorizar sanções e suspensões de concessões em casos de violação de acordos ou interferência nas decisões soberanas brasileiras.

A norma entra em vigor em meio a uma nova escalada da guerra comercial protagonizada pelos Estados Unidos. Na semana passada, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, com vigência a partir de 1º de agosto. O gesto foi classificado nos bastidores como uma tentativa de intimidar o Brasil em meio a disputas por espaço no comércio global.

Comitê terá rito mais rápido para aplicar contramedidas: Segundo o decreto, o comitê será presidido pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e contará com participação dos titulares da Casa Civil, Fazenda e Relações Exteriores. A Secretaria-Executiva ficará a cargo do próprio MDIC, e outros ministros poderão ser convocados conforme o tema tratado.

As medidas autorizadas pelo comitê terão rito mais célere e caráter de exceção, podendo atingir países ou blocos que:

  • Tentem interferir em decisões soberanas do Brasil por meio de barreiras comerciais ou financeiras;
  • Desrespeitem acordos internacionais ou prejudiquem os interesses comerciais brasileiros;
  • Apliquem barreiras ambientais unilaterais mais rígidas do que os padrões adotados no Brasil.

Lei sancionada em abril responde à ofensiva de Trump: A Lei da Reciprocidade Comercial foi aprovada pelo Congresso em março e sancionada por Lula em abril. O texto estabelece fundamentos jurídicos para que o país responda proporcionalmente a ações unilaterais que afetem sua competitividade, especialmente em setores estratégicos como aço e alumínio, que já enfrentam tarifas de até 25% no mercado norte-americano.

No Artigo 3º da nova lei, o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) está autorizado a restringir importações de bens e serviços como parte das contramedidas, embora o texto reforce a busca por negociação diplomática antes de sanções mais duras.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Editorial Focus Poder: Equilíbrio no comando da CPI do Crime Organizado

Engenharia do negócio — os bastidores do mega distrito digital do Ceará

Conselho Nacional das ZPEs aprova cinco data centers de R$ 583 bilhões e consolida Ceará como Green Digital Hub do Atlântico Sul

Governador do Rio elogia “coragem e determinação” de Elmano após ação que matou sete faccionados em Canindé

No Focus Colloquium, a Política das conveniências: entre a força e o cálculo

Powershoring: o Nordeste no centro da nova revolução industrial

André Fernandes reafrima aval de Bolsonaro para aproximação com Ciro Gomes

Lula e Trump: O encontro que parecia impossível

Ciro volta ao PSDB; Tasso dá missão dupla e oposição mostra força e busca cola para justificar as diferenças

Ciro retorna ao ninho tucano: ao lado de Tasso, mas com o PSDB longe de ser o que já foi

TRF de Recife proíbe cobrança de “pedágio” na Vila de Jeri

Dois históricos antibolsonaristas, Ciro e Tasso juntos no PSDB para construir aliança com a direita

MAIS LIDAS DO DIA

Apple condenada a pagar US$ 634 milhões à Masimo por patente de smartwatch

A liturgia politica do “7 de setembro”; por Paulo Elpídio de Menezes Neto