
O fato: O governo federal estima que o processo de fusão entre as companhias aéreas Gol e Azul será concluído em um prazo de até 12 meses. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (6) pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, durante entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Processo de aprovação e monitoramento: Segundo Costa Filho, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já estabeleceu um prazo para análise do caso, e as empresas estão em processo de entrega da documentação necessária.
“Esse é o prazo que o Cade tem colocado. As companhias aéreas estão no processo de dar entrada na documentação. A gente está aguardando. Nós já nos reunimos com o presidente da Latam, nos reunimos com o presidente da Azul e com o presidente da Gol”, afirmou.
O ministro também adiantou que uma reunião entre a pasta e o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, está prevista para a próxima semana, com o objetivo de acompanhar o andamento do processo. Ele ressaltou que, caso a fusão se concretize, o governo federal não aceitará aumentos abusivos nas passagens aéreas.
“O Cade tem que ter um olhar para isso. Caso essa fusão venha a acontecer, não vamos aceitar aumentos de passagens que prejudiquem a população”, declarou.
Impactos na aviação brasileira: Costa Filho destacou que, apesar da alta do dólar no final de 2023, o preço médio das passagens aéreas registrou uma redução de 5%. Ele afirmou que o governo está atento ao setor e que a chegada de novas aeronaves ajudará a fortalecer a aviação regional no país.
“A gente precisa ampliar cada vez mais a aviação brasileira. Essas companhias estão comprando novas aeronaves – em torno de 50 novos aviões, que ingressarão na aviação brasileira. Isso vai ajudar no fortalecimento da aviação regional do país”, disse.
Entenda a fusão: Em 15 de janeiro, a Azul e a holding Abra, controladora da Gol, assinaram um memorando de entendimento para iniciar negociações visando à fusão das empresas. Caso o processo seja concluído, a nova companhia será responsável por cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro.
A fusão, no entanto, depende do encerramento da recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, prevista para abril. A estrutura da nova empresa contará com três conselheiros da Abra, três da Azul e três independentes.
O comando da companhia será dividido entre as duas partes: a Abra indicará o presidente do conselho e a Azul nomeará o diretor-executivo (CEO). Assim, John Rodgerson, atual CEO da Azul, assumirá o cargo após a aprovação do Cade e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Apesar da fusão, as marcas Azul e Gol continuarão existindo separadamente, mas poderão compartilhar aeronaves e operar voos em conjunto, ampliando a conectividade entre grandes cidades e destinos regionais.