
O fato: A audiência pública com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na Câmara dos Deputados, terminou em bate-boca e cancelamento após um embate com o deputado bolsonarista Nikolas Ferreira (PL-MG), nesta quarta-feira (11). O ministro classificou como “molecagem” a conduta de Nikolas, que deixou o plenário após fazer críticas ao governo sem permanecer para ouvir as respostas.
“Esse tipo de atitude, de alguém que quer aparecer na rede e corre sempre que o debate vai acontecer, é um pouco de molecagem. Isso não é bom para a democracia”, afirmou Haddad.
O embate: Haddad foi convidado a apresentar os planos da equipe econômica e discutir alternativas ao reajuste do IOF. Pelas regras, os deputados fazem suas perguntas e o ministro responde ao final. Nikolas e Carlos Jordy (PL-RJ) utilizaram seu tempo para criticar a política econômica do governo Lula, comparando-a à gestão de Jair Bolsonaro.
Durante sua fala, Nikolas também mencionou o vídeo sobre a suposta taxação do Pix, que gerou forte repercussão nas redes sociais. O deputado afirmou que o vídeo representava um manifesto popular contra o governo, embora o Executivo não tenha implementado a taxação, mas sim discutido um novo mecanismo de monitoramento.
Resposta de Haddad: Haddad rebateu as críticas e atacou a gestão econômica do governo Bolsonaro. O ministro afirmou que o superávit de 2022 só foi possível graças a práticas como o calote nos precatórios, a venda da Eletrobras e a distribuição recorde de dividendos da Petrobras.
“Em 2022 eles estão alegando que teve superávit primário. A que custo? Bolsonaro deu calote nos governadores, vendeu a Eletrobras na bacia das almas, depenou a Petrobras. Assim qualquer um faz superávit”, disse Haddad.
Segundo o ministro, o governo Lula precisou arcar, já em 2023, com R$ 30 bilhões referentes ao ICMS dos estados e cerca de R$ 92 bilhões de precatórios represados.
Nova confusão e cancelamento da audiência: Ao retornar à sala, Carlos Jordy voltou a atacar Haddad, acusando o governo atual de provocar o maior déficit fiscal da história:
“Moleque é você, que aceitou esse cargo e levou o país a um déficit de R$ 230 bilhões”, afirmou Jordy.
Na sequência, Nikolas tentou retomar a palavra, mas foi impedido pelo presidente da comissão, Rogério Correia (PT-MG), por não apresentar questão de ordem. A negativa gerou novo tumulto e levou ao encerramento da audiência.







