Indústria do Ceará lidera recuperação no Brasil. Estado registra alta de 3,5% no 1º trimestre de 2025, à frente de todas as unidades da federação
Por que importa:
A indústria cearense não só contrariou a queda regional do Nordeste (-2,6%), como liderou o crescimento nacional (Brasil: 0,4%) na média móvel trimestral, encerrada em março. O desempenho reforça a resiliência produtiva do Estado mesmo diante de entraves macroeconômicos como juros altos e inflação persistente.
O que impulsionou o Ceará:
Os setores que mais contribuíram para o avanço foram:
• Produtos químicos: +1,90%
• Alimentos: +1,56%
• Metalurgia: +1,31%
• Têxtil: +1,06%
Outros setores com desempenho positivo:
• Couro e calçados: +0,27%
• Minerais não-metálicos: +0,23%
• Produtos de metal: +0,01%
Setores em queda:
• Vestuário: -2,68%
• Refino e biocombustíveis: -2,35%
• Máquinas e materiais elétricos: -1,80%
• Bebidas: -0,2%
O retrato trimestral no Brasil:
Top 5 estados com melhor desempenho na média móvel trimestral:
1. Ceará: +3,5%
2. Rio de Janeiro: +2,4%
3. Espírito Santo: +1,2%
4. São Paulo: +1,1%
5. Paraná: +0,9%
Vá mais fundo:
Apesar da performance de março e do trimestre, o Ceará ainda registra recuo de 2% na comparação anual (março 2024 vs. março 2025) e queda de 0,7% no acumulado do ano sem ajuste sazonal. Mas nos últimos 12 meses, o saldo é positivo: alta de 5,2%.
O que dizem os analistas:
Bernardo Almeida (IBGE) aponta que o avanço nacional de 1,2% em março foi compensatório após meses de estagnação. Fatores como renda pressionada pela inflação, juros altos e crédito restrito ainda travam a produção industrial no país.
Panorama nacional em março:
• 10 dos 15 estados pesquisados tiveram crescimento.
• Amazonas (+5,6%) liderou, seguido de Espírito Santo, Pará e Rio de Janeiro (todos com +4,5% ou mais).
• Pernambuco foi o pior resultado do mês: -5%.
O que vem pela frente:
A recuperação industrial segue vulnerável a oscilações no crédito, consumo e investimentos. Mas o desempenho do Ceará aponta caminhos: diversificação produtiva e fortalecimento de setores menos dependentes da renda imediata das famílias.