O fato; A produção industrial brasileira deu um salto inesperado em março de 2025, registrando alta de 1,2% na comparação com fevereiro, informou nesta quarta-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio bem acima das expectativas do mercado — que projetava avanço de 0,3% — e marca o maior crescimento mensal desde junho de 2024 (4,3%).
Na comparação anual, a indústria também surpreendeu: cresceu 3,1% frente a março de 2024, mais que o dobro da projeção dos analistas, que apontavam alta de 1,4%. Com isso, o setor ultrapassa em 2,8% o nível de produção anterior à pandemia (fevereiro de 2020), embora ainda esteja 14,4% abaixo do pico histórico de maio de 2011.
O gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-Brasil), André Macedo, destaca o “maior dinamismo” do setor após cinco meses de fraqueza. “Esse resultado de março é reflexo da combinação entre meses sem crescimento relevante e a retomada de setores importantes que vinham acumulando perdas”, explicou.
Recuperação disseminada entre atividades e categorias: A expansão foi ampla: 3 das 4 grandes categorias econômicas e 16 dos 25 ramos industriais pesquisados tiveram crescimento.
Os destaques positivos ficaram por conta de:
- Coque, derivados do petróleo e biocombustíveis: +3,4%
- Indústrias extrativas: +2,8%
- Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: +13,7%
- Veículos automotores, reboques e carrocerias: +4,0%
Esses setores puxaram a média industrial para cima, compensando o desempenho negativo de segmentos relevantes, como produtos químicos (-2,1%) e alimentos (-0,7%).
Entre as grandes categorias econômicas, o maior avanço veio dos bens de consumo duráveis (+3,8%) e dos bens semi e não duráveis (+2,4%), revertendo quedas registradas em fevereiro. O segmento de bens intermediários também cresceu (+0,3%) e emplacou o segundo mês consecutivo de alta. A exceção foi o setor de bens de capital, que recuou 0,7%.