O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a enfatizar nesta quinta-feira (4) a necessidade de aumentar a representação de comunidades periféricas no Congresso Nacional e alertou para o risco de anistia a envolvidos na trama golpista de 2022 e no ataque de 8 de Janeiro, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi feita durante conversa com lideranças e influenciadores da periferia de Belo Horizonte, no Aglomerado da Serra.
Alerta sobre anistia e participação popular
“Nós estamos vendo agora os falsos patriotas nos EUA pedindo intervenção do presidente Trump no Brasil. Os caras que fizeram campanha embrulhados na bandeira nacional, dizendo que eram patrióticos, agora estão embrulhados na bandeira americana, pedindo para o Trump intervir no Brasil. Agora é outra coisa que nós temos que saber: se for votar no Congresso, corremos o risco da anistia”, afirmou Lula.
O presidente destacou que, apesar de o governo ter conseguido aprovar boa parte das suas propostas, a extrema direita ainda tem força significativa no Congresso, tornando o apoio popular fundamental. “Então é uma batalha que tem que ser feita também pelo povo”, acrescentou.
Mais representantes da periferia
Lula defendeu que mais representantes da periferia integrem o Congresso. “Temos dois deputados do MST e temos 240 ruralistas, como é que a gente vai aprovar as coisas? Sabe qual é o maior castigo de quem não gosta de política? É ser governado por quem gosta. E se quem gosta é indiferente, vamos continuar padecendo”, afirmou.
Ele destacou que a democracia só faz sentido se gerar benefícios concretos para a população, incluindo acesso a educação, moradia, cultura, lazer e alimentação. “A democracia para o povo é comer, é estudar, é morar, é ter acesso à cultura, ao lazer”, disse.
Minas Gerais como palanque estratégico
A visita marcou a sétima viagem de Lula a Minas Gerais em 2025, reforçando a estratégia do PT no estado, considerado decisivo para a eleição presidencial de 2026. O PT trabalha apoiando a candidatura do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD) ao governo mineiro.
Durante o evento, Pacheco ressaltou a defesa da soberania e da cidadania brasileira, em referência a ataques externos do governo de Donald Trump e do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A plateia reagiu com gritos de “sem anistia”, mostrando a sensibilidade do tema junto ao público.