O que importa
O projeto aprovado pela Câmara dos Deputados — que cria 18 novas vagas na Câmara e, por efeito cascata, 30 novas cadeiras em Assembleias Estaduais — pode custar mais de R$ 140 milhões por ano ao contribuinte. O discurso de “proporcionalidade populacional” esconde uma engrenagem de expansão partidária bancada com dinheiro público.
O custo da “representatividade”
• +18 vagas na Câmara = R$ 64,8 milhões/ano
• +30 deputados estaduais = R$ 76,1 milhões/ano
➡️ Total: R$ 140,9 milhões/ano (sem contar reajustes até 2026)
Ranking do desperdício (estados com maior gasto extra por novos deputados estaduais):
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Mato Grosso: R$ 21,4 mi (6 deputados)
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Rio Grande do Norte: R$ 16,8 mi (6)
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Amazonas: R$ 15,9 mi (6)
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Pará: R$ 9,5 mi (4)
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Santa Catarina: R$ 4 mi (4)
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Minas Gerais: R$ 2,6 mi (1)
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Goiás: R$ 2,3 mi (1)
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Ceará: R$ 2,25 mi (1)
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Paraná: R$ 1,9 mi (1)
Críticas técnicas e institucionais (Estadão)
• O especialista Wellington Arruda alerta que carros oficiais, diárias e cursos encarecem ainda mais a conta.
• Marina Atoji, da Transparência Brasil, chama o projeto de “mecanismo de criação de cargos” sem ganho real de representatividade.
• Felipe Salto, da Warren, aponta: o retorno social desse gasto é nulo. A prioridade deveria ser conter o rombo fiscal.
Por que isso aconteceu?
• O STF exigiu que o Congresso atualizasse a proporcionalidade da representação com base nos dados populacionais.
• A alternativa — justa, mas impopular — seria tirar vagas dos Estados que encolheram. Entre eles, o reduto do presidente da Câmara, Hugo Motta (PB).
• A saída encontrada foi aumentar o total de deputados federais: mais vozes, mais cargos, ninguém perde. Só o contribuinte.
Vá mais fundo
➡️ A lógica perversa do projeto é simples:
Quem perde habitantes deveria perder cadeiras. Mas, como ninguém quer perder poder, a saída política é inchar a máquina. No fim, todos ganham — menos o cidadão, que paga a conta com menos serviços, mais impostos e um Legislativo ainda mais inchado.