
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) interrompeu o giro pelo Nordeste após ser hospitalizado com fortes dores abdominais na cidade de Santa Cruz (RN). Transferido de helicóptero para Natal, ele deve passar por um procedimento de lavagem intestinal. A equipe médica aponta reflexos de aderências intestinais – sequelas da facada sofrida em 2018.
O que houve
•Bolsonaro amanheceu com dores intensas e abdômen distendido.
•Cumpriu a primeira agenda do dia, mas foi levado ao hospital municipal antes do segundo compromisso.
•Após estabilização, foi transferido para Natal, inicialmente ao Hospital Walfredo Gurgel e, depois, para uma unidade privada.
•O vereador Carlos Bolsonaro afirmou que o pai está “acordado e lúcido”.
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A origem ressignificada
O mal-estar é atribuído às cirurgias decorrentes do atentado de 2018, mas ganha agora novos significados: o corpo do ex-presidente reflete o peso acumulado de pressões políticas, desgaste físico e a sobrecarga de um projeto de retorno ao centro do debate nacional. A “Rota 22” – como foi batizada a série de viagens – pretendia reposicionar Bolsonaro no jogo de 2026. A primeira parada virou ponto de alerta.
Entre as linhas
•A governadora Fátima Bezerra (PT) autorizou o helicóptero usado na remoção de Bolsonaro – gesto institucional que contrastou com a polarização política entre os dois campos.
•O líder da oposição, Rogério Marinho (PL), acompanhava a comitiva e será peça-chave na reorganização do roteiro.
•A suspensão do tour freia o impulso inicial de um projeto que pretendia fortalecer o PL em um dos maiores redutos do lulismo.
Por que importa
O episódio reacende dúvidas sobre a capacidade de Bolsonaro manter agendas extenuantes e protagonismo ativo até 2026. Também mostra que o corpo do ex-presidente virou campo de disputa – biológico e simbólico – no esforço por manter viva a sua presença política.
No radar
O futuro do projeto Rota 22 dependerá agora de como o entorno de Bolsonaro reagirá: recuo estratégico ou insistência na mobilização simbólica de seu retorno. O Nordeste, palco do cancelamento, também é território onde o bolsonarismo mais precisa crescer.
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