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O fato: Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, afirmou que recebeu ordens diretas do ex-presidente para inserir informações falsas sobre vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Segundo Cid, os dados fraudulentos foram incluídos nos registros de Bolsonaro e de sua filha, Laura Firmo Bolsonaro.
Além disso, o militar confirmou que os certificados de vacinação foram impressos e entregues pessoalmente ao ex-presidente.
Delação premiada torna-se pública: Nesta quarta-feira (19), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do acordo de delação de Mauro Cid no inquérito que investiga uma suposta trama golpista. Com a decisão, os 14 depoimentos do tenente-coronel passaram a ser de conhecimento público.
Em março de 2023, a Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro, Mauro Cid e outras 15 pessoas por participação em um esquema de fraude nos registros de vacinação contra a Covid-19. Bolsonaro e Cid foram formalmente indiciados pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos.
Investigação da PGR em andamento: A Procuradoria-Geral da República (PGR) recebeu o relatório da PF sobre o caso em abril do ano passado e solicitou novas investigações antes de dar um parecer definitivo. Até o momento, o caso segue em análise, e não foi incluído na denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na noite desta terça-feira (18), que acusa Bolsonaro e mais 33 pessoas de crimes contra a democracia.