No Vale do Jaguaribe, a força da terra transforma natureza em riqueza

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Região do vale do Jaguaribe (Foto: Sebrae Ceará)

Em pleno semiárido nordestino, o Vale do Jaguaribe revela uma geografia de contrastes férteis e promissores. A região se destaca como um dos territórios mais produtivos e dinâmicos do estado. Cortada por rios, com destaque para o Jaguaribe, a região combina beleza natural com vocação produtiva. Com belas paisagens e uma cultura profundamente enraizada no campo, a região é conhecida por sua vocação agropecuária, abrigando três importantes cadeias produtivas: a bovinocultura leiteira, a fruticultura irrigada e a apicultura.

O conjunto das diferentes atividades econômicas formam o pilar do desenvolvimento local, movimentando a economia de 16 municípios e gerando renda para milhares de famílias. É neste cenário, onde as belezas naturais se somam a um campo fértil de potencialidades econômicas, que o Sebrae Ceará, por meio do seu Escritório Regional, atua de forma estratégica, conectando produtores, fortalecendo negócios e impulsionando o desenvolvimento sustentável.

De Morada Nova a Iracema, de Jaguaribe a Limoeiro do Norte, o Vale pulsa com a força do campo, da tradição e da inovação. E o Sebrae está presente, lado a lado com quem faz a economia acontecer, do agricultor familiar ao dono de laticínio, do apicultor ao fruticultor irrigado.

Aqui no Vale, o nosso trabalho é muito voltado para a sustentabilidade dos negócios e o desenvolvimento territorial. Nosso desafio é ajudar os produtores a se organizarem, se capacitarem e se conectarem entre si para alcançar mais competitividade e acesso a mercados”, afirma Alcides Marques, articulador do Escritório Regional do Sebrae no Jaguaribe.

Bovinocultura leiteira: a alma produtiva do Vale do Jaguaribe

A cadeia do leite é, sem dúvida, o maior destaque econômico do Vale do Jaguaribe. Presente nos 16 municípios da região, a bovinocultura leiteira tem nos municípios de Morada Nova, Jaguaribe, Jaguaretama, Iracema, Ereré e Alto Santo alguns de seus principais polos produtivos. Morada Nova, inclusive, figura como uma das maiores produtoras de leite do Brasil e a segunda maior do Nordeste.

Esse protagonismo não é por acaso. Há mais de 15 anos, o Sebrae desenvolve um projeto estruturado voltado para a produção leiteira que hoje atende diretamente cerca de 80 produtores, além de laticínios certificados que garantem a qualidade e rastreabilidade dos produtos. Com o apoio do Sebrae, a cadeia do leite no Vale se fortalece a cada ano, consolidando-se como uma referência em produtividade e qualidade no cenário agropecuário cearense.

Esse é um dos setores mais organizados da região. Trabalhamos de forma planejada, junto com parceiros como o Senar, FAEC e ATAG, focando em produtividade, certificação e acesso a novos mercados. Os resultados estão aí: leite de qualidade, empresas legalizadas e produtos com potencial competitivo no mercado nacional”, destaca Alcides.

Esse esforço conjunto transformar o Vale do Jaguaribe em um verdadeiro celeiro de produção, tornando a região uma referência estadual na pecuária leiteira.

Cadeia produtiva do leite é o maior segmento econômico. (Foto: Adobe Stock)

Sabor, tradição e recorde: o queijo coalho é símbolo da identidade local

O leite produzido no Vale se transforma em riqueza e em cultura. A produção de leite também alimenta outra vocação regional: a produção artesanal do queijo coalho. Conhecida como a Terra do Queijo Coalho do Ceará, a cidade mantém viva uma tradição passada de geração em geração com saberes e modos de fazer que expressam a identidade das famílias produtoras.

O queijo coalho tem alma e a história do povo jaguaribano. O sabor da tradição e a força de quem vive do campo projeta o município no cenário nacional. O reconhecimento veio acompanhado de um feito histórico. Em 2025, durante a ExpoJaguar, a cidade apresentou ao mundo o maior queijo coalho já produzido São impressionantes 2.703 quilos. O recorde reafirma a importância simbólica e econômica do produto para o município e para o estado. Um feito que mostra como tradição e ousadia podem caminhar juntas.

 

Região é uma grande produtora de queijo coalho. (Foto: Sebrae Ceará)

A fruticultura irrigada aposta na estratégia do solo fértil e dos bioinsumos

Com o uso de técnicas modernas de irrigação e impulsionada pelas práticas inovadoras, a fruticultura vem ganhando cada vez mais espaço no Vale do Jaguaribe, especialmente nas áreas mais próximas a perímetros irrigados. Apostando em soluções sustentáveis, o Sebrae desenvolve atualmente três projetos estruturados, com foco na introdução de bioinsumos e no fortalecimento do solo, buscando uma maior produtividade e com um menor impacto ambiental.

O nosso trabalho com os fruticultores tem sido no sentido de estimular práticas mais eficientes e ecológicas. Hoje, cerca de 40 produtores da região são atendidos diretamente pelo Sebrae com foco nesse modelo produtivo mais inteligente e sustentável”, explica o articulador regional.

Essa nova abordagem tem um objetivo claro de produzir mais e melhor, com responsabilidade ambiental, contribuindo para o aumento da produção e da renda no campo. Assim, as portas de mercados que valorizam práticas sustentáveis e produtos certificados ficam abertas para os produtores.

O mel de alta qualidade tem muitos desafios a vencer

O Vale do Jaguaribe também é reconhecido como uma das grandes regiões produtoras de mel do Ceará. A qualidade do produto é inegável, mas enfrenta desafios. A maioria dos apicultores ainda atua com baixo valor agregado do produto. A rotulagem, a identificação de origem e o acesso a mercados especializados ainda são gargalos importantes.

Apesar do potencial enorme, a apicultura enfrenta dificuldades porque a produção ainda é muito desarticulada. Os produtores precisam entender que, para conquistar novos mercados e melhorar o preço do seu produto, é preciso investir em identidade, qualificação e organização coletiva”, alerta o articulado regional.

O Sebrae tem atuado para mudar esse cenário, promovendo capacitações, incentivando a formação de associações e cooperativas e fortalecendo a cadeia produtiva e permitindo que o mel jaguaribano conquiste mais valor e visibilidade no mercado.

Vale do Jaguaribe é um grande produtor de mel. (Foto: Adobe Stock)

Desenvolvimento territorial e o Sebrae Regional Jaguaribe como caminho para o crescimento coletivo

Por trás de todas essas cadeias produtivas há um ponto em comum: o desafio da organização dos produtores. E esta se faz imprescindível para o crescimento sustentável. A atuação individual e desarticulada ainda é uma realidade, o que limita o crescimento e o poder de barganha dos empreendedores. O grande desafio é fazer com que os produtores compreendam a necessidade da capacitação para uma apresentação melhor no mercado, E isso só é possível com organização.

Com salas do empreendedor em 12 municípios da região, o Sebrae está presente no dia a dia de quem empreende. Seja com orientação técnica, capacitação ou articulação de parcerias, a instituição trabalha para impulsionar a economia local e ampliar as oportunidades de quem vive do campo.

O Sebrae é o parceiro do produtor. Estamos aqui para apoiar, orientar, conectar e ajudar quem acredita no potencial do Jaguaribe. Nosso compromisso é com o desenvolvimento sustentável, com o empreendedorismo de verdade e com a valorização do nosso território”, conclui Alcides Marques.

Cada produtor atendido, cada queijo premiado, cada fruto colhido, cada pote de mel vendido é um sinal claro de que o Jaguaribe tem um futuro promissor. E o Sebrae está lá, presente, parceiro e atuante.

Quer saber mais sobre as ações do Sebrae no Vale do Jaguaribe? Acesse o site do Sebrae Ceará e descubra como transformar sua vocação em oportunidade.

Sebrae Ceará atua ativamente na região do Jaguaribe. (Foto: Sebrae Ceará)

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