O que está apostando: O Consórcio SP + Escolas venceu o leilão de parceria público-privada (PPP) promovido pelo Governo de São Paulo, prometendo um investimento de R$ 2,1 bilhões para a construção de 33 novas escolas. Embora a proposta vise modernizar a infraestrutura educacional e oferecer serviços não pedagógicos, a iniciativa levanta questionamentos sobre o papel do setor privado na educação pública.
Por que isso é importante: Uma parceria, celebrada como um avanço, também é vista com desconfiança. A entrada do setor privado na educação pública é um tema polêmico no Brasil, cercado de tabus ideológicos. Críticos argumentam que essa iniciativa pode abrir riscos perigosos, permitindo que interesses privados influenciem a gestão educacional, colocando em risco a gratuidade e a qualidade do ensino público. O governador Tarcísio de Freitas, ao anunciar a parceria, afirmou: “Estamos dando mais um passo importante… Aqueles que estudam nessas novas escolas terão acesso a uma infraestrutura diferenciada.” No entanto, a pergunta que persiste é: essa infraestrutura melhorada compensará as possíveis perdas na autonomia e na gestão pública?
O que está em jogo: A proposta do governo paulista de transferência de responsabilidades operacionais para uma entrega é uma mudança significativa. Se uma PPP funcionar, poderá representar um divisor de águas na educação brasileira, desafiando a narrativa de que a privatização é sempre negativa. Contudo, o sucesso desse modelo ainda está por ser provado. O governo precisa garantir que a parceria não apenas melhore a infraestrutura, mas que também mantenha a qualidade pedagógica e o acesso universal. O governador também ressaltou que, com essa mudança, a gestão pedagógica terá mais liberdade para focar na qualidade do ensino, mas essa confiança deve ser avaliada à luz dos resultados.
O que vem a seguir: O sucesso da PPP poderá servir como um exemplo positivo para outras regiões do Brasil, abrindo caminho para um novo modelo de gestão educacional que combina o melhor do setor público e privado. No entanto, é fundamental que haja vigilância e transparência nesse processo. A sociedade civil e os educadores devem ser parte ativa do debate, garantindo que os interesses dos alunos e da educação pública não sejam subordinados a objetivos lucrativos.
Vá mais fundo: A questão permanece: essa empreitada será um verdadeiro avanço ou uma simples fachada para a privatização? O tempo dirá se uma iniciativa será capaz de equilibrar eficiência e responsabilidade social, transformando a educação pública em um exemplo de excelência, ou se, ao contrário, perpetuará as desigualdades existentes.