A avaliação negativa do governo Lula cresce em todo o país. Diversas pesquisas apontm nesse sentido. O mais recente foi o levantamento da Quaest. Por essa enquete, a reprovação o presidente já ultrapassa 60% em pelo menos seis estados. E, apesar dos esforços do presidente e aliados para superar a queda de fatores externos, o cenário reflete um conjunto de decisões e posturas impostas nos últimos dois anos.
Lideranças governamentalistas, ministros e dirigentes partidários confirmam três fatores principais que são apontados para o enfraquecimento da gestão petista: desgaste na economia, falta de articulação política e distanciamento da realidade da população.
O que está por trás do cenário
📉 Erros na economia
Lula desautorizou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em diversos momentos. Ainda em 2023, minimizou a importância do ajuste fiscal e reforçou a ideia de que o governo deveria gastar mais. A equipe econômica teve que reverter decisões sobre a tributação de importações, reoneração da folha de pagamento e mudanças na tributação do Imposto de Renda.
➡️ Efeito prático: insegurança no mercado, alta do dólar e dos juros, pressão inflacionária.
🔎 Dado relevante: a maioria dos eleitores de oito estados acredita que a economia piorou em 2024. Mais de 90% apontam aumento nos preços dos alimentos no último mês, segundo a Quaest.
🤝 Apatia política
Entre aliados, duas frases se repetem: “Lula não é mais o mesmo” e “Lula perdeu a paciência para fazer política”. Parlamentares e governadores reclamam da falta de diálogo, apontando um presidente menos acessível e distante das bases.
➡️ Efeito prático: fragilidade na sustentação política e dificuldade para conter a queda na popularidade nos estados.
🔎 Dado relevante: segundo a Quaest, a maioria dos eleitores avalia que Lula dá pouca ou nenhuma atenção ao seu estado.
✈️ Distanciamento da realidade
O slogan “O Brasil voltou” marcou o primeiro ano de governo com uma intensa agenda internacional. Em seis meses, Lula visitou 12 países e passou 31 dias fora do Brasil. Em 2024, temas externos continuaram no centro do discurso presidencial, gerando polêmicas – como a comparação entre as ações de Israel na Faixa de Gaza e o Holocausto, além da reaproximação com Nicolás Maduro.
➡️ Efeito prático: dificuldade de conexão com a maioria dos participantes, que priorizam temas internos como segurança e saúde.
🔎 Dado relevante: pesquisa Atlas Intel mostrou queda na aprovação do presidente após declarações sobre Israel e Venezuela. A Quaest aponta que os temas mais sensíveis à população são segurança pública e saúde.
📌O que esperar?
A crescente insatisfação com o governo deve impactar as alianças políticas e a condução da agenda do Planalto. Se o Planalto não reverter essa tendência, o segundo biênio da gestão Lula pode ser marcado por um isolamento ainda maior.