O Brasil vive hoje sob o império da mentira. Os discursos oficiais são roteiros ensaiados para encobrir incompetência, corrupção e descaso. Nunca se mentiu tanto nos palanques, nas tribunas, nas cortes e até nas entrevistas coletivas que fingem transparência. A mentira virou a língua corrente da política, instrumento de poder usado para manter privilégios e enganar um povo exausto.
As instituições que deveriam ser guardiãs da verdade se corromperam. O Congresso, tomado por interesses mesquinhos, produz narrativas que escondem conchavos. O Judiciário, que deveria ser baluarte da justiça, se perde em decisões seletivas, embaladas por retórica de neutralidade que não convence mais ninguém. O Executivo, em seus vários níveis, sustenta uma máquina de propaganda que fabrica ilusões e mascara a realidade.
O preço desse tempo de mentira é devastador. A confiança pública se dissolve, a democracia se reduz a encenação e o cidadão se transforma em mero figurante de um teatro grotesco. O Brasil se acostuma a viver na mentira como se fosse destino inevitável, e muitos repetem slogans sem perceber que estão presos na engrenagem da farsa.
É preciso romper o ciclo. Aceitar a mentira como regra é abrir mão da liberdade e da dignidade. O país só terá futuro quando a coragem de desmascarar os falsos discursos for maior que o medo de enfrentar os que vivem deles.