Para não sobrevoar o Brasil algemados, deportados dos EUA desembarcarão em Fortaleza

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AEROPORTO INTERNACIONAL PINTO MARTINS;© JOSÉ WAGNER/ GOV. DO CEARÁ;

O governo Lula decidiu alterar o ponto de chegada dos voos com brasileiros deportados dos Estados Unidos. Em vez de Belo Horizonte, o novo desembarque será em Fortaleza. O motivo? Evitar que os passageiros sobrevoem o território nacional algemados.

A mudança foi definida em reunião no Ministério das Relações Exteriores, na segunda-feira (3), com a presença do presidente Lula. Uma nova reunião nesta terça (4) definirá se a alteração será definitiva para os próximos voos de repatriação.

O que mudou?

Historicamente, voos fretados com brasileiros deportados dos EUA pousavam em Belo Horizonte. Com a mudança para Fortaleza, o governo espera garantir que os passageiros tenham as algemas removidas assim que entrarem no espaço aéreo brasileiro.

A decisão veio após o episódio do último dia 24, quando um voo chegou a Manaus com 88 brasileiros deportados—todos ainda algemados no desembarque. O governo brasileiro reagiu, protestando contra o que chamou de “uso indiscriminado de algemas” pela imigração dos EUA.

Segundo a Polícia Federal, o procedimento de algemá-los durante o voo é praxe nos Estados Unidos, mas, em regra, as restrições devem ser removidas assim que o avião pousa no Brasil. Isso não ocorreu no voo de janeiro, gerando críticas e levando à nova estratégia logística.

E agora?

O próximo voo com deportados está previsto para sexta-feira (7). O governo ainda não divulgou quantos passageiros estarão a bordo.

O encontro desta terça-feira contará com representantes do governo federal e autoridades locais do Ceará para discutir a recepção e assistência aos deportados. Também será definido se Fortaleza se tornará o novo ponto fixo de desembarque dos repatriados.

Contexto

Com a retomada das deportações em larga escala, o governo Biden manteve rígida a política migratória e intensificou a fiscalização contra imigrantes ilegais. Em resposta, o Brasil tenta minimizar os impactos humanitários do processo.

O uso de algemas nesses voos é um dos principais pontos de atrito entre os países. Enquanto os EUA defendem o protocolo como medida de segurança, o Brasil pressiona por um tratamento mais digno aos cidadãos repatriados.

Agora, a questão se desloca para um novo palco: o Aeroporto de Fortaleza. Se a mudança será apenas geográfica ou se trará efeitos mais concretos, só os próximos voos dirão.

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