Uma recente pesquisa realizada pela AtlasIntel, parceira doo Focus no Ceará, mostrou como a posição do presidente Lula favorável ao regime venezuelano desagrada à uma imensa maioria dos brasileiros. Os resultados caíram na mão do Ministério das Relações Exteriores e fez o presidente Lula mudar o tom nas conversações internacionais acerca da questão. É o que mostra trecho da reportagem do O Globo assinada pelas jornalistas Paola de Orte e Janaína Figueiredo.
A Atlas fez uma pergunta bem direta, o que levou à respostas objetivas e claras: “Na sua opinião, a Venezuela é uma democracia ou uma ditadura?”
O resultado foi avassalador: nada mais, nada menos que 73,4% disseram que a Venezuela é um ditadura. Apenas 6,1% disseram se tratar de uma democracia, bem menos que os 20,5% que responderam não saber caractrizar o regime de Nicolas Maduro.
Antes de conhecer o resultado da pesquisa, o presidente Lula vinha relativizando o conceito de democracia quando o assunto era Venezuela. Nas conversações de Bruxelas, o petista deu uma guinada no tom e passou a declarar uma nova posição. No caso, a cobrança para que a Venezuela faça eleições presidenciais em 2024.
A pesquisa da Atlas apontou que os eleitores consideram o reestabelecimento das relações diplomáticas do Brasil com a Venezuela, que havia sido cortadas pelo Governo Jair Bolsonaro, foi, entre diversos temas, o que mereceu a maior rejeição dos eleitores. 59% disseram ser um erro e somente 29% disseram ser um acerto.
CEO da Atlas, o cientista político Andrei Roman, disse que “realmente houve um avanço muito importante” e seguiu: “Alta chance do Henrique Capriles [um opositor] disputar a eleição e de observadores europeus assistirem à condução do pleito. Não que a venezuela vá voltar a ser uma democracia da noite para o dia, mas esse é um dos melhores passos possíveis hoje”.
Não há dúvidas que a postura do Brasil e do presidente Lula são fundamentais nas tratativas para a Venezuela fazer eleições, porém só há sentido no pleito se forem livres e com participação ampla das oposições, que, em parte, está presa pela ditadura ou em exílio.
A Atlas se tornou a mais influente das empresas que realizam pesquisas no Brasil. Baseado numa metodologia que usa a Web para alcançar os eleitores, o índice de acertos tem sido altíssimo tanto nos levantamentos feitos no Brasil quanto em diversos países do mundo.
Foi o caso, por exemplo, da eleição para o Governo do Ceará em 2022. Uma pesquisa Atlas do fim de agosto já apontava a liderança de Elmano de Freitas. Ao final, no sábado antes do pleito dominical, outra pesquisa Atlas, esta em parceria com o Focus, já apontava que a disputa tendia a ser resolvida no primeiro turno, como de fato foi.