Por Emanuel Freitas
Post Convidado
O que aconteceu: Na noite desta segunda-feira, 02/09, tivemos a terceira exibição do HGPE dos candidatos a prefeito de Fortaleza. Vimos Sarto com seu óculos juliet justificando-se pela pouca operacionalidade de sua gestão, afetada pela pandemia; Evandro numa peça publicitária estilo anos 1990, em que o candidato apresenta-se como chefe de família, pai, avô e com direito a fotos em preto e branco, e de longa rede de relações com a classe política no poder estadual; Wagner mostrar-se como gestor e preparado, mais uma vez, para gerir Fortaleza; e André, conhecido das redes, tentando desde o primeiro momento deslegitimar o que se fala dele.
A saber: Das outras candidaturas, merece destaque o discurso acerca da segurança pública proferido pelo candidato do PSOL, Técio, uma vez que esta não costuma ser uma bandeira da esquerda da qual faz parte.
Por que importa: As primeiras inserções dão mostras daquilo que cada campanha decidiu explorar para tatear, devagar, o campo da disputa em cena. Testar trunfos e observar os movimentos dos demais concorrentes.
- Wagner, por exemplo, já diz que André estaria escondendo seu grande patrono, Jair Bolsonaro (de fato, em nenhuma das inserções há o “mito”, tendo André preferido mostrar-se e atacar seus três maiores concorrentes como “tudo igual”).
- Spots criticando o sumiço de Sarto ao longo dos três anos de gestão, e seu reaparecimento “fantasiado” e “com gracinha de internet” também circulam, e só sabemos que faze parte da campanha petista quando escutamos no rádio e ouvimos o nome da coligação.
- A expectativa é que a disputa esquente nos próximos dias com a divulgação de novas pesquisas e a realização de debates.
Visão adicional: Com tanta presença da religião – das escolhas das vices, passando pelas bíblias nas escolas, até a enunciação dos candidatos como “pessoas de fé” – , quando será mesmo que a gramática cristã adentrar os lares via HGPE? Silas Malafaia, por exemplo, fará vídeo pedindo votos a André contra os “comunistas”, incluindo aí Wagner? E as questões de “costumes”, terão lugar na disputa, como há 20 anos, no famoso embate Luizianne-Moroni?
O que vem a seguir: A grande aposta deve ser, mesmo, a entrada em cena dos padrinhos políticos de modo mais intenso. Roberto Cláudio, nome forte na fase que antecedeu o HGPE, deve comparecer de modo mais efetivo na TV, mostrando Sarto como seu fidedigno continuador? Novas inserções de Lula, para além daquelas formais que já circulam enunciando Evandro como do seu “time”, narrando, de fato, as tramas da disputa em curso? E Bolsonaro, afinal, para além das redes, estará com André na tela da TV e nas ondas do rádio, como gravou, mas nunca foi ao ar, apoios a Wagner? E este, afinal, estará à vontade para dizer-se independente?