
O fato: A safra brasileira de grãos 2024/25 caminha para ser a maior da história, com produção estimada em 330,3 milhões de toneladas, segundo o 7º Levantamento divulgado nesta quinta-feira (10) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um salto de 10,9% (32,6 milhões de toneladas) em relação à temporada anterior, impulsionado por aumento de área plantada e condições climáticas favoráveis.
De acordo com a Conab, a colheita das culturas de primeira safra já está em fase adiantada, o que reforça a tendência de recorde. A área total plantada cresceu para 81,7 milhões de hectares — 1,7 milhão a mais que na safra 2023/24. A produtividade média das lavouras também deverá subir, com alta estimada de 8,6%, atingindo 4.045 quilos por hectare.
“As perspectivas positivas para o clima também dão suporte para o desenvolvimento das culturas na segunda safra”, destacou a estatal.
Soja lidera com novo recorde: A soja segue como carro-chefe da produção nacional. A expectativa é de uma colheita histórica de 167,9 milhões de toneladas — crescimento de 20,1 milhões em comparação à safra anterior. O Centro-Oeste, principal polo produtor, deve registrar produtividade média recorde de 3.808 quilos por hectare. Em Mato Grosso, o índice chega a 3.897 quilos por hectare, com 99,5% da área já colhida. Em Goiás, a produtividade atinge 4.122 quilos por hectare, com 97% da colheita concluída.
Milho e algodão também puxam alta: Com o avanço da colheita da soja, o plantio do milho de segunda safra já está próximo da conclusão. A produção total do cereal (somando os três ciclos) deve alcançar 124,7 milhões de toneladas, um acréscimo de 9 milhões sobre o ciclo 2023/24.
O algodão também deve bater recorde, com 2,1 milhões de hectares plantados — 6,9% a mais que na última safra. A produção de pluma está estimada em 3,9 milhões de toneladas, alta de 5,1%.
Arroz e feijão mantêm bom desempenho: A colheita do arroz já superou 60% da área cultivada e segue em bom ritmo, com clima favorável nas principais regiões produtoras. O feijão deve alcançar 3,3 milhões de toneladas nas três safras, com leve aumento de 2,1%. A produtividade média subiu de 1.135 para 1.157 quilos por hectare, mantendo estável a área plantada de 2,86 milhões de hectares.
Mercado interno aquecido e exportações em alta: Com a expansão da oferta, o consumo interno de milho foi revisado para cima e deve alcançar 87 milhões de toneladas. As exportações estão projetadas em 34 milhões de toneladas, enquanto o estoque final deve chegar a 7,4 milhões.
No caso do algodão, o crescimento da produção permitirá aumentar o consumo interno e ainda garantir um estoque de passagem mais robusto.