
O fato: O volume de serviços no Brasil registrou crescimento de 0,3% em março, na comparação com fevereiro, consolidando o segundo mês seguido de alta. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam ganho acumulado de 1,2% no bimestre, reforçando a trajetória de recuperação do setor, que responde por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Na comparação com março de 2024, o avanço foi de 1,9%. No acumulado do primeiro trimestre de 2025, a alta atinge 2,4%, e chega a 3% nos últimos 12 meses. A receita nominal dos serviços também segue firme: cresceu 1% em março, com aumentos de 7,5% na comparação anual e de 7,7% no acumulado de 12 meses.
Segundo o pesquisador do IBGE, Rodrigo Lobo, o desempenho positivo coloca o setor muito próximo de seu nível recorde, atingido em outubro de 2024. “Agora, em março de 2025, o setor está apenas 0,5% abaixo do pico da série histórica, iniciada em janeiro de 2011”, afirmou. Para ele, mesmo oscilações como as quedas pontuais em novembro de 2024 e janeiro deste ano não indicam reversão de tendência. “As flutuações nos serviços são naturais”, pontuou. Atualmente, o setor está 16,5% acima do nível pré-pandemia.
Transportes lideram avanço: Entre os cinco grupos de atividades pesquisados, três apresentaram expansão em março. O principal destaque foi o setor de transportes, que cresceu 1,7% e acumulou alta de 2,2% em dois meses. Também tiveram desempenho positivo os serviços profissionais, administrativos e complementares (0,6%) e os serviços prestados às famílias (1,5%). Ambos acumulam altas de 1,9% e 1,8%, respectivamente, no período bimestral.
Os demais segmentos tiveram comportamento misto: “outros serviços” ficou estável, após avanço de 5,5% nos dois meses anteriores, enquanto informação e comunicação recuou 0,2%, interrompendo uma sequência de ganhos que somavam 3,8% entre novembro de 2024 e fevereiro deste ano.
Turismo ainda distante do pico: Apesar da expansão acumulada nos últimos meses, o índice de atividades turísticas caiu 0,2% em março, após ter crescido 2,7% em fevereiro. Mesmo assim, o turismo permanece 9,2% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e apenas 3,9% abaixo do ápice registrado em dezembro de 2024.