The Economist: o julgamento de Bolsonaro e o que o Brasil ensina aos EUA

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A capa
A revista britânica The Economist estampou Jair Bolsonaro com pintura verde-amarela no rosto e chapéu de chifres, referência ao “Viking do Capitólio”. A edição destaca o julgamento do ex-presidente no STF.

O julgamento
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde 4 de agosto. É acusado pela PGR de liderar organização criminosa para se manter no poder após a derrota de 2022. O STF inicia julgamento no dia 2 de setembro.

Brasil x EUA

  • A publicação chama Bolsonaro de “Trump dos trópicos”.

  • Afirma que os dois países parecem trocar de papéis: os EUA mais autoritários e corruptos; o Brasil tentando proteger sua democracia.

  • Lembra que a memória da ditadura e a Constituição de 1988 fortalecem a resistência institucional.

Poder do STF
A Corte aparece como guardiã da Constituição, mas também alvo de críticas pelo excesso de poder. “Pode tanto proteger a democracia quanto corroê-la”, diz a revista.

Trump como obstáculo
Donald Trump acusa o STF de “caça às bruxas” e retaliou com tarifas de 50% e sanções contra Alexandre de Moraes. A Economist avalia que a estratégia é um tiro no pé: só 13% das exportações brasileiras vão para os EUA e as medidas acabaram fortalecendo Lula politicamente.

A síntese
O Brasil, marcado pelo trauma da ditadura e pela força da Constituição, mostra como é possível enquadrar líderes populistas que atentam contra a democracia — uma lição direta para os EUA.

A capa dissecada

  • Bolsonaro com chifres e pele de animal: remete diretamente ao “xamã” da invasão do Capitólio nos EUA (Jacob Chansley), figura icônica do 6 de janeiro de 2021. A revista sugere um paralelo imediato entre a invasão de Brasília em 8 de janeiro de 2023 e o ataque ao Congresso americano.

  • Rosto pintado com bandeira do Brasil: reforça a ideia de nacionalismo exacerbado, de identidade política confundida com patriotismo de fachada.

  • Terno e gravata: contrapõe a figura institucional (ex-presidente, político formal) ao simbolismo tribal e radical. É o contraste entre a aparência de autoridade e a adesão ao extremismo.

Texto principal da capa

  • “What Brazil can teach America”: sugere que o julgamento de Bolsonaro (por seu papel nos atos de 8 de janeiro) pode oferecer lições aos EUA sobre como lidar com líderes populistas que contestam instituições democráticas.

  • “The trial of Jair Bolsonaro”: enfatiza que a questão não é só sobre Bolsonaro como indivíduo, mas sobre a democracia testando seus limites diante de líderes que desafiam regras e promovem insurreições.

O sentido da coisa

A capa coloca Bolsonaro como um espelho distorcido de Donald Trump, quase uma versão tropical do trumpismo, mas agora em julgamento. A mensagem é clara: se o Brasil está processando judicialmente um ex-presidente por ataques às instituições, os EUA — que ainda enfrentam os efeitos do trumpismo — têm algo a aprender.

Em resumo, a The Economist usa o exagero visual para dizer que Bolsonaro encarna o mesmo espírito insurrecional de Trump, mas que a resposta institucional brasileira pode inspirar os americanos.

Resumo da The Economist em uma frase:
A The Economist é uma revista de linha liberal clássica: pró-mercado, progressista em costumes, institucionalista na política e globalista no olhar internacional.

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