Reduzir as emissões de carbono é uma prioridade global. As emissões variam conforme a população, o consumo e as atividades econômicas. A China, com rápido crescimento populacional e industrialização, já responde por um terço das emissões globais. Países em desenvolvimento aumentam suas emissões conforme aumentam seu consumo.
Os países desenvolvidos não reduzirão seu consumo e seria inaceitável impedir o desenvolvimento dos países pobres. São necessárias medidas urgentes e pragmáticas através de inovação, conscientização e uso eficiente de recursos.
Mais da metade das emissões globais vem da produção de energia. Transporte total, cargas e pessoas por todos os meios, é responsável por cerca de um quarto dessas emissões. No Brasil, apesar da matriz energética admiravelmente limpa, a produção de energia ainda emite significativamente mais que o transporte. Portanto, simplesmente trocar veículos a combustão por elétricos abastecidos na tomada não ajuda tanto quanto parece.
Segundo o relatório “Situação Global do Transporte e Mudança Climática Global” (2018), os carros de passeio são responsáveis por 45% das emissões de CO2 dos transportes, enquanto os ônibus contribuem com apenas 5%, ou seja, 1,25% do total. Só se desloca pelas cidades com pegada de carbono menor que em transporte coletivo se por meios não motorizados: bicicleta ou a pé. Mesmo em carros elétricos ou híbridos se emite mais por pessoa.
Na contramão, o transporte público no Brasil vem perdendo competitividade para meios individuais, incentivando automóveis. Os ônibus, por fazer viagens coletivas, são uma opção natural de baixo carbono. O estágio atual dos ônibus a diesel, no padrão Euro 6, reduziu as emissões locais em mais de 90% em comparação aos veículos dos anos 90. Por exemplo, quanto a material particulado, um terror das emissões locais, 50 ônibus Euro 6 emitem menos que um único ônibus de 1995.
Cidades como Caucaia e Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, zeraram as tarifas de transporte público, multiplicando por cinco o número de passageiros nos ônibus. Isso demonstra o potencial do transporte coletivo acessível e eficiente.
A solução para reduzir emissões de carbono e, de quebra, melhorar a fluidez e a produtividade das cidades, aumentar a segurança viária, elevar a qualidade de vida e promover inclusão social é simples e viável: transporte público coletivo barato, com oferta abundante e frota nova.
Transporte coletivo é sempre bom investimento. É excelente para as cidades e o mundo agradece!