
O fato: A Tupperware Brands, conhecida mundialmente por seus recipientes de plástico, entrou com pedido de falência após anos enfrentando queda nas vendas e forte concorrência. A empresa, que já foi sinônimo de armazenamento de alimentos, recorreu à proteção sob o Capítulo 11 da lei de falências nos Estados Unidos, buscando reorganizar seus negócios enquanto ainda opera.
História da marca: Fundada em 1946 por Earl Tupper, a Tupperware popularizou seus produtos através de um inovador sistema de vendas diretas, com as famosas “festas Tupperware”, realizadas em casas suburbanas. Durante décadas, os produtos da marca dominaram o mercado de armazenamento doméstico nos EUA e em outros países. No entanto, com o avanço do e-commerce e a mudança nos hábitos de consumo, a empresa não conseguiu acompanhar o ritmo do varejo digital.
A Tupperware já vinha alertando desde 2020 sobre sua dificuldade em continuar operando. O breve aumento nas vendas durante a pandemia de Covid-19, quando mais pessoas cozinhavam em casa, não foi suficiente para sustentar a empresa no longo prazo. Em 2022, a empresa ainda dependia de um exército de 300 mil vendedores independentes, mas enfrentava uma concorrência crescente de alternativas mais baratas e ecológicas disponíveis em grandes plataformas online, como Amazon e Walmart.
Contexto: Com uma dívida que ultrapassa os US$ 700 milhões e negociações difíceis com seus credores, a Tupperware tenta agora vender seus ativos para saldar parte das obrigações. Três novos investidores adquiriram a maior parte dos empréstimos da empresa por apenas 3 centavos de dólar, enquanto a dívida total da companhia foi avaliada entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões, segundo o pedido de falência.
Nos últimos anos, a empresa passou por diversas tentativas de reestruturação, incluindo a substituição do CEO e o fechamento de fábricas. No entanto, essas medidas não conseguiram conter a queda na receita. Em junho de 2024, a Tupperware anunciou o fechamento de sua última fábrica nos Estados Unidos, o que resultou na demissão de quase 150 funcionários.
O impacto e os próximos passos: Segundo a presidente e CEO da Tupperware, Laurie Ann Goldman, o processo de falência dará à empresa a flexibilidade necessária para buscar alternativas estratégicas e se transformar em uma organização mais focada no digital e liderada por tecnologia. A ideia é, ao mesmo tempo, preservar seus negócios e buscar novas formas de se adaptar ao mercado atual.