O que aconteceu:
Jair Bolsonaro (PL) desembarcou em Fortaleza nesta quinta-feira (29) para um almoço político que marca sua retomada de agenda pública, 45 dias após internação por cirurgia abdominal. No encontro, realizado em um restaurante da capital, o ex-presidente reuniu lideranças do PL, empresários e dissidentes do PDT — movimento que fortalece a construção de uma frente ampla contra o PT nas eleições de 2026 no Ceará.
Quem estava na mesa:
Do lado do PL:
•Senador Rogério Marinho (RN)
•Deputados federais André Fernandes, Alcides Fernandes, Carmelo Neto, Dra. Silvana, Dr. Jaziel
•Vereadores de Fortaleza: Bella Carmelo, Inspetor Alberto, Marcelo Mendes, Priscila Costa, Julierme Sena
•Vereador do Rio de Janeiro: Rafael Satiê
Do lado do PDT (dissidentes):
•Vereador PP Cell
•Deputados Lucinildo Frota e Antonio Henrique (este chegou após a saída de Bolsonaro)
Também presentes:
•Vereador Pedro Matos (Avante)
•Empresários locais
A movimentação:
•A aproximação entre PL e dissidentes do PDT cearense, que inclui nomes como Roberto Cláudio e Ciro Gomes, é recente, mas ganhou força nas últimas semanas com os “cafés da oposição” na Assembleia Legislativa.
•Ciro Gomes, que por anos foi adversário feroz de Bolsonaro, agora sinaliza disposição ao diálogo e elogiou a amplitude da frente, dizendo: “O consenso de que percebemos que o Ceará precisa ser salvo é uma coisa que facilita.”
•Roberto Cláudio, recém-desfiliado do PDT, defendeu a necessidade de um projeto unitário para “salvar o Ceará da decadência moral e política imposta pelo PT”.
O que disseram:
🔸 Roberto Cláudio: “Nunca houve uma oposição tão forte, tão ampla, distinta de partidos no Estado.”
🔸 André Fernandes (PL): “Ciro mostrou ser preparado, inteligente e corajoso. Dessa união, teremos bons nomes para o Senado e o Governo do Ceará.”
Contexto:
•O encontro marca um realinhamento político no Ceará, onde o PDT, mesmo tendo movido a ação que tornou Bolsonaro inelegível no TSE, vê parte de seus quadros se aproximar do campo conservador.
•A formação de um bloco oposicionista — reunindo PL, União Brasil e alas dissidentes do PDT — é vista como um movimento estratégico para as eleições de 2026, mirando o governo estadual e o Senado.
•O almoço também serviu como preâmbulo para o Seminário Nacional de Comunicação do PL, que ocorre nesta sexta-feira (30) no Centro de Eventos do Ceará, com presença confirmada de Carlos Bolsonaro e Valdemar Costa Neto.
Vá mais fundo:
•Racha no PDT: A desfiliação de Roberto Cláudio, somada à insatisfação de Ciro, escancara a divisão no partido, que ainda ocupa cargos nas gestões de Evandro Leitão (Fortaleza) e Elmano de Freitas (governo do Estado).
•Ceará no radar: Bolsonaro e aliados querem transformar o Ceará em vitrine eleitoral para 2026, explorando o desgaste do PT e o discurso de “salvar o Estado” da crise.
•Próximos passos: A expectativa é que o bloco PL-União-PDT dissidente anuncie, nos próximos meses, nomes para o governo e o Senado. Alcides Fernandes (PL) desponta como aposta para o Senado, enquanto Ciro Gomes e Roberto Cláudio são cotados para a cabeça de chapa no governo.
