
O fato: O cineasta brasileiro Walter Salles, diretor de “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional em março, recebeu neste sábado (19) uma homenagem da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela maior premiação do cinema mundial. O evento ocorreu no Museu da Academia, em Los Angeles, onde Salles foi agraciado com o prêmio Luminary, concedido a artistas que ampliam a criatividade e a influência do cinema.
Contexto: A homenagem é considerada um reconhecimento simbólico da Academia, feito fora da corrida regular do Oscar, e reforça a relevância de Salles no cenário cinematográfico internacional. No mesmo evento, também foram homenageados a atriz Penélope Cruz, o músico Bruce Springsteen e o ator Bowen Yang.
Em discurso, Salles destacou o papel do cinema:
“É um presente maravilhoso estar nesta sala esta noite. Vi tantas pessoas aqui que admiro profundamente, pessoas que, em algum momento de suas vidas, também se apaixonaram perdidamente pelo cinema, como eu. Sinto-me honrado de fazer parte deste grupo que está sendo reconhecido.”
“No Brasil, as pessoas perguntam quando percebemos que o filme iria ecoar além das nossas fronteiras. Foi quando o filme deixou de ser nosso e passou a pertencer a cada espectador.”
Trajetória:: Salles lembrou ainda de nomes e momentos marcantes da carreira. Agradeceu ao ator Robert Redford, falecido no mês passado, por ter apoiado “Central do Brasil” (1998) no Festival Sundance, e citou as atrizes Fernanda Montenegro e Fernanda Torres, protagonistas das duas obras mais importantes de sua filmografia.
Encerrando seu discurso, o cineasta ressaltou o valor da preservação da memória audiovisual:
“Venho de um país onde a nossa Cinemateca, já considerada uma das melhores do mundo, foi fechada por um regime autoritário. Foi preciso um incêndio catastrófico e longas negociações para que fosse reaberta. Não teríamos conseguido sem o apoio das cinematecas do mundo inteiro, e sem o apoio pessoal de mestres como o incomparável Martin Scorsese.”