Fortaleza 2024: A direita dividida; Por Ricardo Alcântara

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Na eleição para governador de 2022, o candidato Capitão Wagner, aglutinando praticamente todos os núcleos sociais de resistência ao Lulismo, obteve impressionantes 42% de votos. Isto mesmo: 4 em cada 10 habitantes da capital que votaram em algum candidato, votaram nele.

Na recente pesquisa Atlas/Intel, divulgada na semana passada, Capitão Wagner surge ainda na liderança da disputa, mas com sua margem de intenções de votos reduzida para 28% – um terço, portanto, do escore final de 2022.

Por que? A resposta mais simples – e, em geral, a resposta mais simples é a mais correta – está nos percentuais obtidos agora pelo bolsonarista raiz, deputado federal André Fernandes, que pontua com 12% das intenções de votos.

O quadro exposto revela a previsível divisão do eleitorado mais conservador quando colocado diante de duas opções: uma mais moderada, do Capitão Wagner, e outra mais radical, de André Fernandes. Um parêntese: há também mais um pretendente, o senador Eduardo Girão, mas com 1,5% de intenções de votos ainda é candidato de si mesmo ou de um grupo radical de afortunados.

Sabe-se que há muita água ainda para passar debaixo dessa ponte, mas é sabido também que as águas já estão a passar e analisar, com correções contínuas, é pertinente. Todos os atores da cena política já se debruçam sobre esses números.

Há duas projeções possíveis, e defendidas pelos observadores mais qualificados, sobre as possibilidades eleitorais do líder nas pesquisas, o Capitão do União Brasil, em face da decisão de André Fernandes, que antes o apoiara, em também se candidatar.

Numa leitura mais convencional, de suporte matemático, a candidatura de André enfraqueceria a de Wagner ao fracionar um eleitorado comum, conservador nos costumes e anti petista intransitivo, polarizado.

Na outra leitura, mais dialética e dinâmica, Wagner poderia se beneficiar da candidatura de André, que representaria emblematicamente o eleitor mais identificado com Bolsonaro, liberando Wagner para uma abordagem mais ampla em sua mensagem e, com isso, permitindo a penetração de seu nome nos segmentos eleitorais de centro.

A conjuntura atual, ainda de pouca definição, não recomenda uma aposta alta em nenhuma das duas leituras e tampouco os números revelados pela pesquisa Atlas/Intel dão margem a isso. É caso para monitoramento constante com mente aberta, vacina contra pressupostos impacientes.

Os aspectos gerais do cenário eleitoral de Fortaleza neste 2023 tardarão a se definir. Há, a ver, dois fatores de definição ainda não realizados: a) a capacidade de recuperação de imagem do prefeito candidato, José Sarto e b) a massificação do candidato que representará o Lulismo e o prestígio local do ministro Camilo Santana.

Fatos que só estarão relativamente consolidados daqui a, pelo menos, cinco meses. Até lá, os candidatos da direita deverão tentar criar fatos que possam disputar espaço no noticiário com as outras duas forças, de PDT e PT, que, até lá, contam com a boa vantagem do exercício de poder e a capacidade de gerar notícias de maior substância.

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