Lula veta projeto que suspendia pagamento de financiamentos rurais por quatro anos

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Financiamento rural. Foto: Reprodução

O fato: O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou integralmente o Projeto de Lei 397/24, que previa a suspensão, por 48 meses, do pagamento de parcelas de financiamentos rurais para produtores de regiões atingidas por secas ou enchentes, mesmo sem o reconhecimento de calamidade pelo Executivo federal. O veto agora será analisado pelo Congresso Nacional.

Contexto: O projeto foi aprovado tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado, contando com parecer favorável da deputada Marussa Boldrin (MDB-GO). A proposta buscava aliviar a pressão financeira sobre os produtores rurais afetados por desastres naturais em nível local, permitindo a suspensão dos pagamentos mesmo sem a formalização de um estado de calamidade federal. A medida beneficiaria diversas regiões do Brasil, onde secas e enchentes são problemas recorrentes.

Os detalhes: Lula justificou o veto por “razões fiscais”, alegando que o projeto aumentaria as despesas do governo sem indicar uma fonte de receita para cobrir esse impacto, como exigido pela legislação fiscal. De acordo com o presidente, a proposta também contrariava o interesse público, já que o reconhecimento do estado de calamidade apenas em nível municipal ou estadual transferiria a maior parte das despesas para a União.

Além disso, o presidente destacou que o Conselho Monetário Nacional (CMN) já dispõe de mecanismos que permitem a prorrogação de operações de crédito rural para produtores afetados por eventos climáticos adversos. Essas regras, segundo ele, oferecem condições adequadas para lidar com dificuldades temporárias, como a frustração de safra.

Impactos: O veto gerou um debate sobre a necessidade de políticas de apoio ao setor agrícola em tempos de crise climática, especialmente em regiões mais vulneráveis. A suspensão dos pagamentos dos financiamentos rurais teria sido uma medida importante para aliviar os produtores que enfrentam dificuldades por secas ou enchentes, mas o governo federal sinalizou preocupação com o impacto fiscal de tal decisão. A questão agora passa para o Congresso, que terá de decidir se mantém ou derruba o veto presidencial.

O que vem a seguir: O veto será analisado pelos deputados e senadores em uma sessão conjunta do Congresso Nacional, a ser convocada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Para derrubar o veto, será necessário o voto da maioria absoluta em ambas as casas, ou seja, 257 deputados e 41 senadores.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Leão XIV: O “Latino Yankee” que chegou ao trono de Pedro

O novo rosto do catolicismo global; Conheça a trajetória de Robert Francis Prevost

Redata: novo regime federal para data centers quer atrair R$ 2 tri e exige reação estratégica do Ceará

Caiu pela omissão: Lupi sai da Previdência no rastro da fraude bilionária

Pressão máxima sobre Lupi: 85,3% querem demissão após escândalo no INSS

Fuga dos milionários: Brasil perde 800 endinheirados em 2024 — destino preferido é Portugal

Mercado de internet é a nova boca de fumo das facções, mas o problema vai além

De Pio XII a Francisco: os papas entre as gerações; Conheça o papa de seu tempo

A última fala de Francisco é um chamado pela liberdade; Ou democratas do mundo, uni-vos!

O legado de Francisco: o Papa que abriu janelas

O contrato social e econômico de Trump: a marcha da insensatez

Chagas Vieira entra no jogo e embaralha o xadrez governista

MAIS LIDAS DO DIA

Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

INSS inicia devolução de R$ 292 milhões a aposentados lesados por descontos ilegais

O foco inusitado no Senado; Por Ricardo Alcântara

Mais deputados, mais despesas: o custo silencioso da “redistribuição democrática”

Ein problem! Por Paulo Elpídio de Menezes Neto