O fato: O Ministério das Comunicações lançou, nesta terça-feira (24), o Programa Acessa Crédito Telecom, com o objetivo de expandir as redes de banda larga fixa em municípios com menos de 30 mil habitantes. O programa busca impulsionar a transformação digital e garantir que todos os brasileiros tenham acesso a serviços de telecomunicações, priorizando comunidades quilombolas, tradicionais e indígenas.
Contexto: A iniciativa vai viabilizar recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), gerido pelo Ministério das Comunicações, para pequenos provedores regionais de internet. A previsão é que essa ampliação beneficie cerca de 2,5 milhões de pessoas em todo o país.
Parceria e financiamento: Em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e com apoio da Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o governo brasileiro assegurou um empréstimo de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 550 milhões) do BID. Essa linha de crédito será utilizada para garantir que os novos agentes financeiros possam acessar os recursos do Fust, ampliando o suporte aos pequenos provedores de internet, que representam mais de 90% do mercado de telecomunicações em cidades com menos de 30 mil habitantes.
Desafios e soluções: De acordo com o ministro Juscelino Filho, as pequenas e médias empresas relataram dificuldades em acessar os recursos do Fust por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por não conseguirem atender às exigências de garantias. Com o apoio do BID, essas garantias serão supridas, facilitando o acesso ao fundo.
Importância estratégica: Para o especialista do BID, Luis Guillermo Alarcón, o programa representa um avanço significativo na universalização dos serviços de internet, especialmente nas localidades menores. Ele destacou que a criação de mecanismos de financiamento favoráveis será crucial para fechar a lacuna digital em áreas menos assistidas. O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, reforçou a importância dessa nova fonte de financiamento, afirmando que o mercado de telecomunicações tem grande potencial de crescimento, com um ambiente regulatório estável e uma política pública clara voltada à conectividade universal.