A taxa e o queijo; Por Lucas Fiuza

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O velho ditado popular da “faca e o queijo” na mão, arremete para o momento de aproveitar uma oportunidade (queijo) e acertar o tempo de agir quando se tem os meios de ação (faca). O empreendedor Brasileiro já está familiarizado com o alerta por oportunidades, afinal, como não temos um ambiente de negócios dos mais amigáveis, a criatividade tem que estar em dia diante do surgimento frequente de inúmeros obstáculos criados – muitas vezes desnecessários – que além de aumentarem o risco do empreendedor, destroem o valor no próprio mercado, privando as pessoas de melhores produtos e serviços que trarão prosperidade para os empreendedores e satisfação para os clientes.

O Brasil é um mar de oportunidades, entretanto, vivemos hoje sob um regime absolutamente míope no que diz respeito ao básico de responsabilidade econômica. A falta de sinalizações mínimas do poder público no sentido do bom senso fiscal e a abundância de medidas economicamente suicidas aliadas ao aumento sistemático de impostos e taxas, tem construído um cenário que o Brasil não precisaria e nem poderia estar.

Apesar de termos o apetite para empreender, existirem os recursos, o know-how, o mercado, enfim, tudo que precisamos para prosperar, o ambiente atual está indo além da tradicional “incerteza brasileira”. Se configurou a “certeza que vai piorar” dado o estágio avançado do mandato atual que, mesmo com toda a deterioração econômica e política gritante, segue sem o menor sinal de ajuste por um período incrivelmente longo, que ignora as imposições da realidade e condena todo o país ao fracasso esquizofrênico de uma condução que nitidamente perdeu o foco no próprio propósito que não é segredo para ninguém: a manutenção do poder, que certamente será perdido nesse rumo.

A atmosfera de pessimismo convicto tem provocado reflexos nefastos na economia. Recordes de pedido de Recuperação Judicial, inflação, juros altos e consequentemente a retração total de investimentos em praticamente todos os setores. A ordem é fazer caixa e torcer para a tempestade passar. A negação do mercado quanto ao real risco Brasil encontrou seu limite. Sem um fato novo, qualquer que seja, no sentido do bom senso econômico, não haverá motivo racional para planejar investimentos no Brasil produtivo. O mercado clama por esse fato, pela mínima previsibilidade.

Hoje, o estado está literalmente substituindo a “faca na mão” pela “taxa” do atraso que só leva ao caminho da servidão. O Brasil não pode parar e seguimos trabalhando enquanto não ocorre um despertar mínimo do nosso governo para sentirmos algum alívio no curto e médio prazo, caso contrário, para os que sobreviverem, só restará aguardar por 2026.

Lucas Fiuza, é empresário, CEO da WAM Experience.

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