No domingo que passou o bolsonarismo tomou as redes sociais e a cobertura midiática com imagens daqueles que foram à Avenida Paulista para pedir a anistia (prévia) de Jair Bolsonaro, travestida de anistia para os “presos políticos” (eufemismo com o qual se referem aos que tentaram, por meio da depredação dos prédios da Praça dos Três Poderes, fazer o vencedor da eleição de 2022 ser defenestrado do poder).
Calculam-se em 45 mil o número dos que lá tiveram. Parece pouco frente aos “milhões” que os organizadores prometeram, sob a ideia, lá repetida, de que o “Brasil pararia”. Não eram poucos. Além dos 45 mil manifestantes, sete governadores de estado (das regiões Sul, Sudeste, Norte e Centro-Oeste) lá se fizeram presentes, levando a imagem da institucionalidade para o ato. Com eles, os eleitores de seus estados faziam-se representar (!?).
O ato mostrou que o bolsonarismo segue forte como movimento de base popular; ou, ao menos, de base política. Tem ruas. Tem pessoas dispostas a sair de casa aos domingos. Virou uma “causa” pela qual mobilizar-se/militar.
Na última semana de março, Edinho Silva, futuro presidente do PT, disse, em entrevista a um jornal de circulação nacional, que o petismo teria de reconhecer a dificuldade de levar “10 mil pessoas para a rua”, ao passo que o bolsonarismo “tem base social”.
Com o ato e os números das últimas pesquisas de opinião, é bom o governo pensar em como mobilizar brasileiros em sua defesa.