Por que importa:
O Clube Náutico Atlético Cearense acionou a Justiça para reaver o controle dos salões sociais alugados à empresa Barbra’s Serviços de Alimentação, acusada de transformar o espaço, originalmente destinado a bar e restaurante, em uma fonte paralela de faturamento com festas privadas — sem repasses ao clube e em prejuízo direto aos sócios.
O que está em disputa
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Desvio de finalidade: O contrato de locação previa exclusivamente a operação de bar e restaurante abertos aos associados. Na prática, segundo o clube, o local virou um buffet de casamentos, formaturas e confraternizações alugado para terceiros.
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Prejuízo coletivo: Enquanto lucra com os eventos, a empresa não faz qualquer repasse extra ao Náutico, alega o Náutico. Assim, os sócios ficam impedidos de acessar os salões em dias de festas fechadas — o que, na avaliação do clube, descaracteriza a função social do espaço.
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Inadimplência: A ação aponta falta de pagamento de aluguéis desde janeiro de 2025, dívida superior a R$ 41 mil, ausência de prestação de contas e tributos como IPTU em aberto.
Ponto de tensão
A diretoria jurídica do Náutico, representada pelos advogados Gabriel Brandão e Frederico Cortez, sustenta que o contrato se transformou em “plataforma de enriquecimento ilícito”. O aluguel mensal — R$ 3 mil — é considerado irrisório diante dos lucros obtidos com festas que não beneficiam o clube.
O que diz a Justiça até agora
Em decisão inicial, a 38ª Vara Cível de Fortaleza reconheceu que há elementos para o despejo liminar, mas optou por não determinar a saída imediata da empresa. O buffet foi intimado a apresentar defesa, especialmente sobre:
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Débitos de aluguel e tributos
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Uso irregular do imóvel
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Falta de documentos contábeis
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Alegações da empresa sobre eventual quitação de obrigações