A armadilha do “Pensar fora da caixa”; Por Dimas Barreira

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Com o ritmo acelerado da inovação, a expressão “pensar fora da caixa” se tornou um mantra entre profissionais de diversas áreas. Isso incentiva a buscar soluções criativas, muitas vezes disruptivas dos métodos tradicionais. No entanto, essa abordagem pode se tornar uma armadilha quando leva a negligenciar o enfrentamento de problemas que exigem soluções sólidas.

A inovação impulsiona o progresso. Vivemos uma era empolgante em que mudança é rotina com tecnologia e criatividade transformando tudo. Porém, é importante entender que a adoção da inovação é uma atitude, não uma prática pontual.

Ser inovador não significa apenas pensar de forma diferente, é estar sempre aberto e atento para perceber e adotar mudanças nos padrões enquanto se mantém as coisas funcionando. Isso exige discernimento para avaliar quando uma inovação é realmente benéfica e quando uma solução tradicional, embora trabalhosa ou onerosa, ainda é a melhor opção.

É esperado que as inovações falhem. Mais de 90% das startups não alcançam o sucesso e grande parte das novas tecnologias não consegue se consolidar. Isso ocorre porque a verdadeira inovação demanda mais do que apenas uma ideia criativa; ela requer viabilidade, escalabilidade e, acima de tudo, capacidade real de resolver problemas. Em atividades essenciais, não faz sentido abandonar o que funciona sem uma alternativa de fato viável.

Muitos problemas complexos que enfrentamos ainda não têm soluções diferentes e demandam uma abordagem cuidadosa, frequentemente encontrada em métodos tradicionais refinados ao longo do tempo. Em áreas como saúde, engenharia e educação, muitas soluções tradicionais possuem histórico comprovado.

Aventurar-se de maneira exagerada ou prematura com inovações pode ter consequências desastrosas.

A verdadeira inteligência está em saber quando e quanto inovar e quando confiar nos métodos tradicionais. Isso requer responsável análise crítica, ao invés de simplesmente buscar o novo pelo novo.

Até sem perceber, muitas vezes falamos em “pensar fora da caixa” para escapar de algum problema difícil e isso é uma armadilha de procrastinação.

Inovação é ótimo, mas se faz aos poucos e permanentemente, errando e corrigindo o tempo todo, sem abandonar o que é essencial. Não é uma única ideia brilhante que muda o mundo repentinamente. Custa dedicação, resiliência e tenacidade.

Inovamos para melhorar nossas vidas, não para escapar do enfrentamento dos nossos problemas.

Ao adotar uma atitude equilibrada, aproveitamos o melhor dos dois mundos: todo o avanço das grandes inovações com a garantia da manutenção do que é essencial.

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