O Ceará enfrenta um preocupante aumento nos focos de queimadas em 2024. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Estado registrou 611 focos de incêndios neste ano, um crescimento de 21% em comparação com 2023, quando foram identificados 502 focos. Este é o maior número de queimadas desde 2018, refletindo a escalada de incêndios que desafia a gestão ambiental local.
No ranking nacional, o Ceará ocupa a 19ª posição, e na região Nordeste, está atrás apenas dos estados do Maranhão, que lidera com 6.558 focos, Bahia com 3.212, e Piauí com 2.294 registros. A maior parte das queimadas no Ceará em 2024 foi registrada em vegetações, com 60 casos.
Os municípios de Icó, Sobral, Jaguaribe, Ubajara e Monsenhor Tabosa destacam-se como os mais afetados, cada um com pelo menos cinco focos. Na Região Metropolitana de Fortaleza, os principais registros ocorreram em Maracanaú, Maranguape e Itaitinga.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) alerta que o segundo semestre é tradicionalmente o período de maior risco para a ocorrência de incêndios, devido à diminuição das chuvas e ao aumento dos ventos, que facilitam a propagação das chamas.
Para combater esse cenário, além da fiscalização realizada pelos órgãos ambientais, como o Ibama, várias estratégias são sugeridas para evitar que as queimadas saiam de controle. Entre elas estão a criação de aceiros, que consistem em abrir espaços sem vegetação ao redor da área a ser queimada; o uso de contrafogo, que desvia o direcionamento do incêndio; e a mobilização de brigadistas, que são estruturas compostas por bombeiros e membros das comunidades locais treinados para combater o fogo.