Carlos Lupi, ministro da Previdência e presidente licenciado do PDT, declarou apoio a Evandro Leitão (PT) na corrida pela prefeitura de Fortaleza, enquanto o PDT enfrenta uma divisão interna. A fala de Lupi, publicada em vídeo nas redes sociais, criticou abertamente André Fernandes (PL) e os apoiadores do bolsonarismo, associando-os a “filhotes da ditadura”, uma referência ao vocabulário de Leonel Brizola, fundador do partido.
Derrotado no primeiro turno de Fortaleza e elegendo apenas cinco prefeitos de pequenos municípios, o PDT saiu das eleições com o maior prejuízo político da disputa.
Por que importa:
• Tensão no PDT: A declaração de Lupi não apenas expõe um racha no partido, mas também abre caminho para que Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza e figura importante da sigla, considere sair do PDT. Roberto Cláudio e outros membros de seu entorno subiram no palanque de André Fenandes e estão cada vez mais distantes da linha brizolista defendida por Lupi.
• Polarização política e o futuro do PDT: A decisão de Lupi de apoiar Evandro Leitão e rejeitar Fernandes ressalta uma divergência sobre os rumos do PDT no Ceará. A escolha reforça uma posição de oposição ao bolsonarismo, enquanto alas do partido, incluindo Roberto Cláudio e, ainda que na penumbra, Ciro Gomes, tendem a aproveitar o recado de Lupi e buscar novos caminhos políticos, migrando da centro-esquerda para a centro-direita.
• Conflito de legado: Ao enfatizar a importância de manter a coerência com os princípios históricos do partido, Lupi sinaliza que aqueles que não compartilham dessa visão podem estar fora de sintonia com a liderança nacional do PDT.
O que foi dito:
• Herança brizolista: “Nosso partido, com sua história, não pode estar ao lado dos filhotes da ditadura. Em Fortaleza, estamos com Evandro Leitão, que representa nossa luta.”
• Risco de autoritarismo: Lupi reforçou a necessidade de combater qualquer possibilidade de retrocesso, descrevendo Fernandes como um representante de uma “direita ultrapassada e raivosa”.
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