
O governo dos Estados Unidos retirou, na semana passada, a tarifa de 10% que incidia sobre a maior parte das exportações brasileiras de ferro-níquel. A decisão, anunciada nesta quinta-feira (11) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), também consolida a isenção da mesma alíquota sobre a celulose, medida já em vigor.
Com isso, os dois produtos passam a estar livres de qualquer sobretaxa adicional imposta anteriormente pelos EUA, incluindo a de 40% estabelecida no mês passado pelo presidente Donald Trump especificamente contra o Brasil.
Impacto nas exportações
O Brasil exportou 2,8 milhões de toneladas de ferro-níquel para os Estados Unidos em 2024, além de volumes relevantes de celulose. A imposição das tarifas por Trump, em meio a tensões políticas após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal, reduziu em 18,5% as vendas brasileiras para o mercado norte-americano em agosto.
Segundo o Mdic, foram US$ 2,76 bilhões exportados em agosto de 2025, ante US$ 3,39 bilhões no mesmo mês de 2024, uma perda de cerca de US$ 600 milhões.
Cenário político e econômico
A sobretaxa de Trump havia sido justificada pelo republicano como resposta ao que ele chamou de “caça às bruxas” contra Bolsonaro. Com a retirada das barreiras, o setor exportador brasileiro espera uma recuperação gradual da competitividade no mercado americano, especialmente para produtos de base mineral e florestal.